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Em meio ao cenário de quebra de safra de milho, cotações em alta e pressão sobre os custos de produção, a indústria de aves e suínos admite a possibilidade de novos aumentos nos preços para os próximos meses. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa o setor, os repasses feitos anteriormente foram inevitáveis, mas ainda não alcançaram os atuais níveis de custos. 

Produção de frango ficou 52,3% mais cara nos úlimos 12 meses (Foto: Fabisno Accorsi/Ed. Globo)

 

“O setor produtivo acompanha com grande apreensão a manutenção dos níveis históricos dos custos de produção”, afirma a ABPA. “A carne de aves, de suínos e ovos que hoje estão com preços mais elevados foram produzidos utilizando grãos adquiridos em 2020 – quando os valores por tonelada eram menores. Por isto, novas elevações de preços deverão alcançar a população brasileira nos próximos meses”, alerta.

 Dados do Centro de Inteligência Aves e Suínos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apontam uma redução desses custos em junho. O indicador para o frango caiu 2,11%. Ainda assim, acumula uma alta de 18,47% em 2021 e de 52,3% nos últimos doze meses. A referência para o suíno teve uma retração de 6,5% em junho, mas, no acumulado do ano, o custo subiu 4,01% e, em doze meses, produzir carne suína ficou 47,53% mais caro. 

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A Associação Brasileira de Proteína Animal ressalta que, em meio à pandemia, aumentou a produção de carne de frango, suína e de ovos. De outro lado, avalia, o setor foi afetado pelo que chama de “quadro de forte especulação”, que atingiu, especialmente o milho e o farelo de soja, ingredientes da ração dos planteis e que responde por pelo menos 70% dos custos da cadeia da avicultura e suinocultura.

Segundo a ABPA, em algumas praças de comercialização, o farelo de soja chegou a subir mais de 60% em comparação com o mesmo período em 2020. O milho chegou a ficar 110% mais caro. Só neste mês, o indicador do Centro de Estudos Avançados Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) para o cereal, com base em Campinas (SP), acumula alta de 8,51% até quarta-feira (14/7), quando fechou a R$ 97,19 a saca de 60 quilos.

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 O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Ricardo Santin, explica que a resiliência do setor diante da crise trazida pela pandemia de Covid-19 começa a perder fôlego, à medida que os custos de produção se mantêm elevados.

“A gente é veículo de um aumento, mas não é a causa dele. E agora precisa reequilibrar essa equação para que a gente possa permanecer produzindo”, argumenta Santin. “A intenção do setor é manter a segurança alimentar, mas, agora, inevitavelmente, vai ter que fazer repasse desses produtos que começam a chegar com o custo bastante impactante”, reforça o executivo.
Source: Rural

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