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A Crop Biotecnologia está desenvolvendo um tomate que pode atuar como uma fonte viva de recursos e compostos ativos para ajudar a combater o colesterol alto e outras doenças crônicas. A eficácia ainda não foi comprovada, mas o projeto tem avançado na fase de estudos.

A ideia da startup é inserir o fruto na alimentação das pessoas para minimizar os riscos associados a acidentes cardiovasculares causados pelo acúmulo de colesterol ruim na corrente sanguínea.

Partindo do pressuposto que os organismos vegetais são fábricas autossuficientes de insumos que podem auxiliar no combate às doenças crônicas, a Crop pretende programar geneticamente os frutos para produzir insumos e terapias com potencial de tratamento alto.

 

 Atualmente,o estudo está na fase final das testagens in vitro nos laboratórios, e os processos de validação das Biofábricas já estão em desenvolvimento (Foto: Crop Biotecnologia)

 

“A aplicação do tomate é como uma biofábrica autossustentável capaz de fornecer moléculas custo-efetivas. Após o processamento do fruto in natura em um extrato ou derivado, com dose controlada de concentração ativa ideal, poderá ser inserido na alimentação, uma vez aprovado pelas agências reguladoras, e minimizar os riscos associados a essas doenças”, afirma Aruã Prudenciatti, cofundador e CEO da Crop Biotecnologia.

O tomate pode funcionar como preventivo, profilático ou terapêutico, tudo depende da dose. “A ideia inicial não é comer o tomate in natura. Ele deve passar por um processo de pré-purificação. É como se você produzisse um remédio em um reator e tivesse que purificar para entregar em uma pílula. No nosso caso é a mesma coisa, o tomate funciona como uma biofábrica”, ressalta.

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Prudenciatti explica que a escolha pelo tomate foi estratégica, mas a intenção futura é migrar para outros alimentos. “Escolhemos o tomate, porque é uma planta modelo, por exemplo, na engenharia genética. Ele é usado porque já se conhece os protocolos de trabalho. Nós precisávamos de algo que pudesse comer sem cozinhar, porque o cozimento estragaria o medicamento. O tomate é 95% composto por água, então, quando é secado, já tira-se 95% da massa e isso facilita a logística”, observa.

Atualmente, a empresa trabalha com os tomates micro tom e moneymaker, que são facilmente encontrados nos supermercados. “Estamos fazendo isso para trazer uma alternativa mais acessível”.

Plantação de tomate aplicada pela Crop segue em fase de testes (Foto: Crop Biotecnologia)

 

O CEO também explica que, no caso do colesterol alto, existem duas vertentes de tratamento e preço: a estatina (medicamento de baixo custo para a doença, porém com risco de efeitos colaterais) e o que ele chama de "padrão ouro", “que é um monoclonal super efetivo, porém custa R$ 3 mil por mês”.

Nós estamos nos colocando com mecanismo de ação comparativo ao padrão ouro, mas com valor intermediário, ou seja, mais barato que o padrão ouro e um pouco mais caro que o convencional"

Aruã Prudenciatti, cofundador e CEO da Crop Biotecnologia

 

Estágio atual da pesquisa

Atualmente, a pesquisa está no fim das testagens in vitro no laboratório. “Conseguindo finalizar essa etapa, vamos para os animais, teste em camundongos com colesterol alto para checar se funciona também. Comprovada a eficácia e segurança em animais, vamos para o ensaio clínico em humanos”.

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Porém, a ideia da Crop não é fazer o projeto de ponta a ponta. “Nosso objetivo é licenciar essa molécula e transferir nossa tecnologia para uma multinacional assim que tivermos uma prova de eficácia em animais”, salienta.

Doenças crônicas no Brasil

Mais da metade da população brasileira (52%) sofre de alguma patologia crônica, de acordo com a última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde.

Neste último levantamento, detectou-se que 5,3% da população foi diagnosticada com alguma doença do coração, e sua maior incidência se dá em pessoas com 75 anos ou mais (17,4%). Os casos de câncer representam 2,6%, os ligados a problemas de coluna atingem 21,6% da população. Ainda há 14,6% com colesterol alto e 7,7% com diabetes.

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Source: Rural

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