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Por trás do resultado recorde de produção de soja registrado pelo agricultor Karl Milla, filho do vencedor do desafio de máxima produtividade organizado pela Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), está um trabalho de mais de cinco décadas de preservação do solo.

Segundo o produtor, que colheu 129,16 sacas por hectare neste temporada, o manejo sustentável do solo foi um dos pilares fundamentais para alcançar o título neste ano, quando as chuvas abaixo da média chegaram a comprometer o plantio e o desenvolvimento das lavouras em seu Estado, o Paraná.

Pai de Karl Milla, vencedor do desafio de máxima produtividade da soja, faz uso de plantio de direto há mais de cinco décadas (Foto: Arquivo Pessoal)

 

“Sem você ter um substrato de qualidade, um solo de qualidade, a genética da semente, a biotecnologia, ela também não consegue se expressar. E se você tem um ótimo controle de pragas e doenças, mas pega na parte de construção da fertilidade do solo, também não funciona”, destacou o produtor em entrevista a Globo Rural.

Filho de Ernest Milla, um dos pioneiros do plantio direto no país e que morreu neste ano por complicações da Covid-19, Karl destaca a importância de todos os aspectos da produção para alcançar bons resultados, mas reconhece que é justamente o solo que demanda maior tempo de trabalho e investimento.

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“É importante é que não se vise só o ano-safra ou o ano-safra seguinte, porque estamos falando de biologia e esse sistema ele precisa ser sustentável e viável por décadas, Então, você precisa construir isso ano após ano com práticas que, num primeiro momento, não parecem ser tão rentáveis”, completa o agricultor.

É mais uma filosofia de trabalhar com longo prazo e tentar manter aquele bem viável e produtivo por gerações do que pensar numa prática específica para atingir uma produtividade X no próximo ano

Karl Milla, agricultor

Segundo ele, se não fosse o trabalho de conservação do solo, a produtividade recorde desta temporada não teria sido alcançada, uma vez que a fazenda também sofreu com chuvas abaixo da média nesta temporada.

“Essas áreas já são cultivadas em plantio direto há décadas e isso ajuda muito em períodos de variação climática. Porque um solo corrigido e equilibrado com matéria orgânica consegue sustentar a planta por muito mais tempo na ausência de água”, destaca o produtor

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Além do plantio direto, o produtor faz uso de rotação de culturas e manejo integrado de pragas para manter a saúde do solo ao longo das últimas cinco décadas. A meta, explica, é deixar o solo o máximo de tempo possível coberto e com raízes vivas. Para a próxima temporada, ele já está investindo na produção de biológicos para ajudar na manutenção dos ganhos obtidos até aqui.

“O mais importante nessa história toda é que a própria natureza se equilibra. O grande objetivo é deixar essa biologia já viva o máximo de tempo possível para que você já tenha toda uma proteção e um equilíbrio desde o início para produzir uma planta mais equilibrada e menos sujeita a pragas e doenças”, conclui Milla.

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Source: Rural

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