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*Publicada originalmente na edição 426 de Globo Rural (maio/2021)

Como reter na empresa colaboradores de uma geração ansiosa para crescer e se desenvolver, que busca qualidade de vida e tem menos apego à estabilidade? Foi com essa questão que Alceu Gugelmin Júnior, diretor-presidente da Remasa Reflorestadora, deparou em meados da década passada ao se dar conta de que uma nova geração, os millennials, chegara à empresa.

Operação da Ramasa Reflorestadora (Foto: Divulgação)

 

Nada como um millennial para saber o que quer outro millennial. Coube à filha, Gabriela Gugelmin, hoje com 28 anos, e que havia trabalhado no JP Morgan, em Nova York, a tarefa de iniciar, a partir de 2017, o processo para modernizar as práticas de gestão de pessoas na empresa, onde atualmente 40% dos 170 empregados têm entre 26 e 34 anos.

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"Temos os melhores equipamentos, softwares sofisticados para fazer gestão, mas nada disso funciona bem se não tivermos excelentes operadores e excelentes engenheiros, e essa geração millennial, a mão de obra disponível neste momento, demanda coisas diferentes. Tivemos de trazer uma millennial, a Gabriela, que pode dizer, por experiência própria, quais os anseios dessa geração”, diz o diretor-presidente.

As mudanças, que incluíram reestruturação do plano de cargos e salários, adoção de avaliação de desempenho e reforço em treinamentos, começaram a ser implantadas em 2018 na Remasa, mais uma vez escolhida a segunda melhor empresa para trabalhar entre as pequenas e médias do agro, conforme o ranking GPTW.

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A companhia, produtora de toras de pínus de reflorestamento, foi fundada em 1973 pelo avô de Gabriela, Alceu Gugelmin, que faleceu em dezembro passado. Atua em sete municípios do Paraná e de Santa Catarina, numa área total de 38 mil hectares, sendo 18 mil de florestas plantadas e o restante, áreas de preservação e reserva legal. Com faturamento de R$ 80 milhões e capacidade de produção de 640 mil toneladas de toras ao ano, a empresa é certificada pelo FSC, que garante o bom manejo florestal.

Alceu Gigelmin e a filha Gabriela comandam a Remasa
Reflorestadora (Foto: Arquivo Pessoal)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Segundo Gabriela, todo o plano de cargos e salários foi reestruturado. “Há cinco níveis por cargo, e é muito claro para o colaborador em qual nível ele está, como pode crescer”, afirma ela, que se graduou em economia (com ênfase em desenvolvimento sustentável) na Universidade de Columbia. Alceu diz que antes não havia na empresa “a percepção de como era importante ter um plano que fosse bastante transparente e que fosse cumprido. O plano atual é muito transparente, ajudou no clima com relação aos colaboradores”.

A modernização da gestão de pessoas na Remasa é um processo, que continua sendo aprimorado, ambos ressaltam. Para eles, o diferencial da companhia é, antes de mais nada, a cultura de “cuidado e respeito” pelos colaboradores e a preocupação com segurança e qualidade de vida.

A empresa tem iniciativas na área educacional, como a Escola Remasa, na fazenda sede, em Bituruna (PR). Em tempos normais, é frequentada pelos filhos dos trabalhadores no contraturno, mas as atividades foram interrompidas, devido à pandemia. Surgiu então, conta Gabriela, a ideia de criar a Remasinha, cartilha mensal, com atividades lúdicas, que aborda questões de cidadania e é distribuída aos filhos dos trabalhadores e a crianças do entorno da empresa.

Para ela, as ações nas comunidades contribuem para a retenção dos profissionais. “Eles dão muito importância para a forma como a gente engaja não só com eles, mas com a família, os amigos.”

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Source: Rural

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