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Mata Atlântica (Foto: Henrique Ferreira/CCommons)

 

Entre 2000 e 2019, a Mata Atlântica viu as áreas destinadas à agricultura crescerem 67%. É o que aponta o relatório do MapBiomas lançado nesta quinta-feira (15/4), ao considerar o bioma nos territórios do Brasil, Argentina e Paraguai.

Nestes 20 anos, o bioma perdeu 5% da vegetação nativa, chegando a 527.492 quilômetros quadrados de extensão.

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Parte desta área agricultável um dia foi pasto, e esta conversão colaborou para que as pastagens na Mata Atlântica diminuíssem em 23%, o que atualmente significa quase 363 mil km². Outra atividade que cresceu muito foi a silvicultura, que mais que dobrou de área nas últimas duas décadas, passando de cerca de 21 mil km² para 48 mil km².

“A vegetação nativa cobre agora 37% da área do bioma e apresenta um alto índice de vegetação secundária e muitas áreas fragmentadas, salientando a urgência e a importância da conservação e restauração do bioma”, indica nota divulgada. No Brasil, que abriga 92% da Mata Atlântica, foi registrada perda de vegetação nativa de 14.943 km².

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Entre 2000 e 2019, 20% do bioma teve alterações de florestas maduras para florestas mais jovens. Marcos Rosa, membro do MapBiomas, explica que isso acontece pois, no Brasil, parte das florestas antigas, ricas em estoque de carbono, ainda estão sendo cortadas para agricultura, abertura de pastagens e florestas plantadas.

Isso ocorre, principalmente, entre o centro-sul do Paraná, Santa Catarina e a divisa entre Minas Gerais e Bahia, segundo ele. Por outro lado, há uma recuperação de vegetação muito forte, entre recuperações naturais e restaurações proveniente de iniciativas.

“Essas florestas jovens são essenciais para recompor o bioma, diminuir fragmentação [do solo], mas nos primeiros 20 anos ainda são muito pobres em biodiversidade. Apesar de essenciais, não substituem as florestas antigas. Então, precisamos aliar conservação de florestas mais antigas, e recuperar o bioma com as florestas novas, para recompor áreas, proteger Áreas de Preservação Permanente e hidrografia”, explica Rosa.

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De acordo com Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, a ferramenta MapBiomas Mata Atlântica Trinacional auxilia na identificação do uso do solo, inclusive para saber quais atividades têm contribuído para a degradação.

“Temos casos que achava-se que o setor de celulose promovia a degradação do Sul da Bahia, mas com o monitoramento foi possível ver que pastagens degradadas ocupavam 60% da área e os eucaliptos, que eram vistos como problemas, ocupavam 12%”, exemplifica ao lamentar que a pequena agricultura de restauração tem sido deixada de lado no bioma.

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Source: Rural

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