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(Foto: Paulo Whitaker/Reuters)

 

Enquanto a maior parte dos frigoríficos brasileiros tem aumentado a sua capacidade ociosa, diante das dificuldades de repassar os preços recordes da arroba a um mercado consumidor retraído pela perda de renda e índices recordes de desemprego, a JBS não vê motivos para reduzir as suas operações no país em 2021.

Com um lucro recorde em 2020, de R$ 4 bilhões, a companhia planeja investir até R$ 1,7 bilhõe em suas unidades neste ano, sendo parte desse montante na expansão das operações.

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“O nosso foco em expansão é nas unidades de maior valor agregado, com melhores habilitações e bases de clientes. Então, a gente está bem focado em expandir as unidades que tem maior capacidade ou potencial de agregar valor”, revelou Wesley Batista Filho, presidente da JBS América do Sul e da Seara, durante teleconferência com analistas de mercado.

A divisão, que concentra operações com aves, suínos e industrializados, registrou crescimento de 31,3% na sua receita líquida em meio a um aumento de 28% no custo dos produtos vendidos.

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“A gente tem feito o trabalho para fazer o repasse desse custo, que é um cenário estrutural de mercado”, apontou o executivo ao comentar a alta expressiva nos preços do milho do farelo de soja no início deste ano e que impactam diretamente os custos da alimentação animal.

“O repasse que a gente conseguiu fazer no quarto trimestre foi relevante com a situação dos grãos, mas ele não é só um repasse puro de preço. A gente também aumentou muito o mix de produtos, o que é um trabalho que temos feito desde o começo de 2020”, completou Batista Filho.

Nesse sentido, a empresa não vê impactos significativos em suas vendas relacionados à aprovação de um novo auxílio emergencial neste ano, dada a estratégia focada em produtos de maior valor agregado.

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“A gente viu da última vez que esse auxílio aumenta um pouco mais a demanda pelos itens de menor valor agregado, o que não é bem onde está a nossa estratégia”, explicou o executivo.

Em 2021, a JBS já concluiu a expansão de duas das 12 unidades anunciadas no ano passado. O mercado interno respondeu por 54% da receita total da unidade, segundo informações divulgadas pela companhia.

No mercado de carne bovina, o diretor financeiro da JBS, Guilherme Cavalcanti, reconheceu que o cenário é desafiador no Brasil, mas descartou qualquer redução do uso de capacidade instalada.

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“A gente então não reduziu a utilização nas nossas unidades e não temos previsão disso. Por outro lado, é um fato que o mercado vai estar muito mais desafiador do ponto de vista de rentabilidade e vamos focar bastante na agregação de valor, na exportação (que a gente vem desenvolvendo muito) e na eficiência”, pontuou o executivo.

No Brasil, a JBS registrou crescimento de 30,5% na sua receita líquida. Já nos EUA, país que corresponde por quase metade da receita líquida global da JBS, o faturamento em reais da companhia aumentou 28,6% nas operações com carne bovina e 37,1% nas de carne suína.

“A gente começa o ano com um cenário muito positivo. Com uma demanda muito forte no geral e perspectiva de melhora ainda maior com retorno do food service nos EUA”, pontuou o diretor-presidente da companhia no país, André Nogueira.
Source: Rural

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