Skip to main content

Preços elevados tendem a estimular o plantio de milho de segunda safra, mesmo com os riscos relacionados à janela ideial de plantio (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)

 

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou a estimativa para a produção de grãos do Brasil na safra 2020/2021 para 268,343 milhões de toneladas. O número está no quinto levantamento de safra, divulgado nesta quinta-feira (11/2). A estimativa anterior, divulgada em janeiro, era de 264,830 milhões de toneladas. A previsão atual é 4,4% maior que a safra 2019/2020, de 256,948 milhões.

Apesar dos problemas climáticos em regiões produtoras, a Conab aumentou sua estimativa para a produção de soja, de 133,692 milhões para 133,817 milhões de toneladas. Se confirmada, a produção, em fase de colheita, no país, será 7,2% maior que a registrada no ciclo passado, de 124,844 milhões de toneladas.

Mesmo com a irregularidade no clima, a previsão da Conab indica uma nova safra recorde da oleaginosa, com a manutenção da tendência de crescimento de área plantada. O relatório destaca ainda os preços interacionais do grão em patamares elevados, por conta de diversos fatores.

“Por outro lado, a preocupação com o clima no Brasil, outro fundamento que estava alavancado os CBOT, por enquanto, deixa de ser uma condicionante altista dos preços internacionais, mas um excesso de chuva na colheita ainda pode prejudicar o andamento da safra e, com isso, voltar a influenciar os preços”, diz a Conab.

saiba mais

Indústria acelera venda de fertilizantes no Brasil antes de possível queda de preços

Setor de agroquímicos do Brasil prevê vender 10% a mais em 2021

 

A revisão mais significativa, no entanto, veio para o milho. De janeiro para fevereiro, o número passou de 102,313 milhões para 105,481 milhões de toneladas, considerando os três ciclos anuais para a cultura monitorados no levantamento.

Os técnicos ajustaram a estimativa para a primeira safra, de 23,911 milhões para 23,629 milhões de toneladas. Já para a segunda safra, a projeção passou de 76,763 milhões para 80,076 milhões de toneladas. E a terceira safra foi revisada de 1,638 milhão para 1,775 milhão de toneladas.

No relatório, a Conab destaca que o plantio do milho de primeira safra foi afetado pelas condições climáticas desfavoráveis, que prejudicaram o desenvolvimento das lavouras pelo país. Mas, à medida que as chuvas passaram a ter mais regularidade, houve uma melhora.

Em relação à segunda safra, o relatório pontua que os preços do cereal em níveis elevados tendem a estimular o plantio, apesar dos riscos em relação à janela ideal. No Paraná, por exemplo, a semeadura já começou onde o milho sucede culturas como batata, cebola e feijão. Mas o trabalho de campo em larga escala será feito após a colheita da soja no Estado.

“A janela de plantio será bem pequena, mas em alguns municípios houve extensão do zoneamento para fomentar o plantio. O percentual já comercializado é bem superior ao dos anos anteriores”, diz a Conab.

Em Mato Grosso, a projeção também é de aumento de área. Ainda que a janela de semeadura seja menor, “o milho deverá ganhar espaço especialmente sobre o algodão e culturas como o girassol e o gergelim, das quais, Mato Grosso é o principal produtor nacional. Fatores que incentivam a opção pelo milho se relacionam às cotações recordes, à demanda firme, tanto externa quanto interna, e à comercialização avançada”.

A estimativa para a produção de feijão também foi elevada no relatório de fevereiro, também considerando os três ciclos anuais para a cultura. A previsão da Conab passou de 3,144 milhões para 3,250 milhões de toneladas. A primeira safra é estimada em 1,033 milhão de toneladas, a segunda em 1,408 milhão e a terceira em 808,6 mil toneladas do grão.

A produção de arroz foi outra que teve a estimativa revisada para cima pela Conab. Em janeiro, a colheita do grão era prevista em 10,904 milhões de toneladas. Neste mês, o número divulgado é de 10,935 milhões, considerando as lavouras irrigadas e as de sequeiro. Ainda assim, o número é 2,2% menor que o da safra 2019/2020, estimado em 11,183 milhões de toneladas.

“A área plantada nessa safra apresentou incremento em relação à temporada
anterior, mas as estimativas de rendimento médio apontam redução, especialmente pelas oscilações climáticas no Sul do país”, analisa a Companhia.

Já a produção de algodão foi revisada para baixo. De acordo com a Companhia, as lavouras devem render 3,673 milhões de toneladas de algodão em caroço e 2,522 milhões de toneladas de pluma. Os volumes devem ser 16% menores que os da safra 2019/2020.

No relatório, a Conab destaca que o atraso na colheita da soja em Mato Grosso, principal produtor nacional, trouxe incertezas relacionadas à janela ideal de plantio, o que justifica a estimativa de área plantada menor no estado.

“Há uma preocupação de que a janela ideal de plantio do algodão segunda safra fique comprometida em razão do atraso na colheita de soja. Além disso, os preços mais atrativos do milho nessa temporada podem levar o produtor a optar pelo cultivo do cereal em detrimento do algodão”, diz a Conab.

Culturas de inverno

Entre as culturas de inverno, a Companhia Nacional de Abastecimento revisou para cima sua projeção para a safra deste ano, de 7,538 milhões para 7,849 milhões de toneladas. O número considera as lavouras de aveia, canola, centeio, cevada, trigo e triticale. Na principal dessas lavouras, a de trigo, a Conab elevou a projeção de 6,234 milhões para 6,437 milhões de toneladas.
Source: Rural

Leave a Reply