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A enfermeira Mônica Salazans, de 54 anos, foi a primeira brasileira a receber a dose da vacina Sinovac (Foto: Reuters/Amanda Perobelli)

 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) atingiu maioria de votos para aprovar o uso emergencial das vacinas da AstraZeneca e da Sinovac contra o coronavírus, em reunião neste domingo (17/01), abrindo caminho para o início da imunização no Brasil contra uma doença que já deixou quase 210 mil mortos.

Os cinco diretores do órgão regulador votaram a favor do uso emergencial de 2 milhões de doses da vacina desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, que serão importadas da Índia pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e de 6 milhões de doses da CoronaVac importadas da China pelo Instituto Butantan.

Minutos após ao anúncio da aprovação, a enfermeira Mônica Salazans, de 54 anos, que trabalha na linha de frente da UTI do Emílio Ribas, foi a primeira brasileira a receber a dose da vacina Sinovac, dando início à campanha de vacinação em São Paulo. Ela foi voluntária nos testes da vacina e, como recebeu o imunizante agora, fez parte do grupo placebo do estudo.

Mônica é negra e enfermeira da linha de frente no combate à pandemia e atua na UTI da unidade que, segundo comunicado, hoje possui 60 leitos e desde abril mantém mais de 90% de taxa de ocupação. A dose foi aplicada no Hospital das Clínicas, logo após o anúncio da aprovação do uso emergencial.

"Hoje é o Dia V. V de vida, de vacina", disse Doria a jornalstas instantes antes de Mônica ser vacinada.

Aprovação

Os diretores ressaltaram em seus votos o caráter emergencial e temporário, ressaltando a importância de se manter o acompanhamento do desenvolvimento da vacina, mas destacaram o papel importante da imunozição para enfrentar a pandemia, no momento em que o Brasil enfrenta uma segunda onda, com mais de 1 mil mortes por dias no últimos cinco dias.

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"Os benefícios conhecidos e potenciais dessas vacinas superam seus riscos", disse a diretora relatora em seu voto. "A vacinação no enfrentamento à Covid-19 pode ajudar a evitar a proliferação da doença, bem como seus graves danos à saúde."

No caso da CoronaVac, da chinesa Sinovac, a relatora dos pedidos, Meiruze Freitas, impôs como condição para o uso emergencial a assinatura pelo Instituto Butantan, autor do pedido, de um termo de compromisso para apresentação de mais dados sobre a vacina até 28 de fevereiro.

De acordo com o diretor presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, a vacinação com a CoronaVac só poderá ser iniciada após a assinatura do termo e subsequente publicação no Diário Oficial da União, o que pode frustrar planos do governo de São Paulo, ao qual o Butantan é ligado, de iniciar a imunização já neste domingo.

"Quando há necessidade de termo de compromisso, e é o que a diretora relatora aponta sobre o protocolo de desenvolvimento da CoronaVac, haverá a assinatura desse termo e consequente publicação no Diário Oficial da União para que os efeitos possam se produzir", disse Torres durante a reunião da Anvisa.

No caso da CoronaVac, da chinesa Sinovac, a relatora dos pedidos, Meiruze Freitas, impôs como condição para o uso emergencial a assinatura pelo Instituto Butantan, autor do pedido, de um termo de compromisso para apresentação de mais dados sobre a vacina até 28 de fevereiro, e a subsequente publicação no Diário Oficial.

Somente a vacina do Butantan está disponível para aplicação imediata na população no momento, uma vez que houve atraso na importações das doses da vacina da AstraZeneca da Índia.

O Ministério da Saúde solicitou na sexta-feira (15/01) ao Instituto Butantan a "entrega imediata" das doses da vacina CoronaVac para o início da imunização nacional, mas o governo de São Paulo havia dito que pretendia manter uma parte das doses no Estado para iniciar a vacinação.

Neste domingo, o governador de São Paulo, João Doria, afirmou que determinou que o Butantan entregue imediatamente após a aprovação as vacinas ao Ministério da Saúde.
Source: Rural

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