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Vespertílio 01, o robô semeador criado por estudantes para uso de agricultores familiares (Foto: Divulgação)

 

Criado por estudantes do Ensino Médio do Ceará, Verspertílio, um robô semeador para a agricultura familiar, foi a invenção vencedora da sétima edição do Prêmio Respostas para o Amanhã, que desafia alunos e professores da rede pública a criar soluções para problemas comunitários.

Ud Monteiro, porta-voz da equipe da Escola Estadual de Educação Profissional Edson Queiroz, descreve a criação como um “robô plantadeira, mecanizado, capaz de fazer o processo de plantio com energia limpa de forma rápida e eficiente, com redução do desgaste físico do agricultor e aumento da capacidade de produção sem poluir o meio ambiente”.

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O estudante de 16 anos conta que as dificuldades os incentivaram a desenvolver o robô. “É quase impossível realizar o plantio, alimentar sua família e ainda vender o excedente. Por isso, eu percebi a falta desse produto no mercado da agricultura familiar e dos produtores do entorno de onde eu moro”, constatou o aluno.

Além dele, fizeram parte do projeto as colegas Jamily Felix e Anna Beatriz, com orientação da professora Thayane Farias. Os vencedores ganharam um smartphone, enquanto a escola levou uma Smart TV.

Desde 2014, o programa promovido pela Samsung já envolveu 162.906 estudantes, 15.803 professores e 5.036 escolas públicas em 8.113 projetos inscritos. Neste ano, mesmo em meio à pandemia de Covid-19, o prêmio teve a participação de 1.749 estudantes, 997 professores e 303 escolas públicas.

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Isabel Costa, Gerente de Cidadania Corporativa da Samsung Brasil, destaca a mobilização que o projeto causa na busca por soluções para problemas locais. "É um prêmio que tem papel formativo, com a proposta de desenvolver um pensamento crítico, construção da empatia por questões sociais e estimular a criatividade e a inovação a partir de um projeto”, diz.

Para Isabel, o Vespertílio é o exatamente o que o Prêmio Respostas para o Amanhã busca. “O projeto do robô semeador traz uma realidade de dificuldade local de agricultores. Então, eles identificaram uma tecnologia que poderia facilitar a produção agrícola. Os estudantes entenderam a realidade e pensaram em uma solução para ela”, afirma a gerente.

Durante o processo de criação do robô, a equipe notou que, além de inacessíveis, a maioria das máquinas semadoras são movidas a óleo diesel, o que causa poluição do ar. “Aí pensei: como faço um maquinário que dê capacidade de produção de uma plantadeira de forma automatizada, mas sem poluir o meio ambiente? Vou criar o Verspertílio”, conta Ud.

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Anna Helena Altenfelder, presidente do Conselho e diretora executiva interina do CENPEC Educação, organização que realiza a coordenação técnica do prêmio, destaca o interesse crescente dos jovens pela sustentabilidade.

“A qualidade do projeto que desenvolveu o robô semeador reflete, por um lado, o compromisso dos educadores com a educação pública e, por outro, o compromisso dos jovens estudantes com seu próprio aprendizado e com a criação de um futuro mais inovador e sustentável”, afirma.

Ud afirma que o projeto segue em andamento com a intenção de tornar o robô totalmente autônomo. “Já chamamos pessoas para ajudar a equipe, como engenheiros, e estamos na etapa de arrecadação de recursos para construção desse protótipo mais eficiente e com capacidade de plantio de uma forma mais barata e totalmente sustentável”, revela.

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Sementes e corantes

A segunda colocação no prêmio também vem da cidade de Cascavel (CE). O projeto “CapSeed: Revestimento de Sementes com Goma Sustentável”, de estudantes da Escola Ronaldo Caminha Barbosa, prolonga a vida útil de sementes durante o armazenamento, a partir da sintetização de um revestimento inovador. Cada um dos integrantes receberam um tablet, e a escola, uma Smart TV.

A equipe que fechou o pódio de 2020 é do Instituto Federal de Pernambuco, no Recife, com o projeto “Materiais à base de grafeno sintetizados eletroquimicamente para remoção de corantes têxteis usados no polo de confecção do Agreste Pernambucano”.

O projeto ajuda na remoção de corantes têxteis e minimiza danos ambientais. A escola ganhará uma Smart TV e cada aluno da equipe receberá um smartwatch.

A comissão avaliadora do programa ainda decidiu fazer uma menção honrosa ao projeto “Reflorestamento utilizando minifoguetes: Pitanga e Ipês”, do Colégio Agrícola Estadual Adroaldo Augusto Colombo, de Palotina, (PR). As alunas da equipe desenvolveram minifoguetes de PVC capazes de reflorestar áreas desmatadas a baixíssimo custo.

Júri popular

Além dos vencedores escolhidos pela comissão, também houve júri popular, que contou com mais de 88 mil votos entre 12 e 18 de novembro para eleger mais três projetos. Cada um dos membros das equipes vitoriosas recebeu fones de ouvido.

A Escola de Ensino Médio em Tempo Integral Marconi Coelho Reis, de Cascavel (CE), ganhou com o projeto “BAP: Biocompósito para Adsorção de Poluentes”, que utilizou resíduos agroindustriais de abóbora como um biocoagulante facilitador do tratamento da água. 

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Já a Escola de Referência em Ensino Médio, de Ipojuca (PE), venceu com o projeto "Análise do efeito de plantas medicinais para a produção de Biorrepelente em difusor elétrico e larvicida orgânico no combate a mosquitos hematófagos", que desenvolveu aromatizante e larvicida à base de canela e hortelã para combater o mosquito Aedes aegypti.

Por fim, a Escola Estadual de Tempo Integral Tristão de Barros, de Currais Novos (RN), levou o prêmio com o projeto "Telha Térmica a base de materiais recicláveis: uma alternativa as moradias do sertão", que desenvolveu telhas com gesso e palha de coqueiro.
Source: Rural

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