(Foto: GestFrut-Embrapa/Divulgação)
O projeto GestFrut, coordenado pela Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA), desenvolveu uma solução tecnológica sustentável feita a partir de matérias-primas nacionais. A criação é uma embalagem biodegradável projetada para a exportação de manga fresh cut, que é minimamente processada, sem casca e sem caroço.
O produto é composto por nanocristais de celulose que dão maior resistência à embalagem, totalmente biodegradável e composto por dois produtos nacionais: amido de mandioca e fibra de coco. Agora, os autores procuram parceiros do setor produtivo para concluir o desenvolvimento e levar a solução ao mercado.
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De acordo com a pesquisadora do Senai Bruna Machado, líder do projeto, o diferencial da embalagem é a sua composição.
“Usamos os nanocristais da celulose oriunda de uma fonte que chamamos de resíduo, a fibra de coco, que tem aproveitamento muito menor que a sua real capacidade. Além disso, é uma matéria-prima abundante e de baixo custo, encontrada no Nordeste. E também usamos como fonte a mandioca, igualmente de fácil acesso e barata, o que dá uma valorização regional ao produto”, afirma.
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Ela conta que os contêineres vão cheios de mangas para o exterior e, chegando lá, a casca e o caroço são retirados, e a fruta é cortada para consumo imediato. “Então, por que não fazer isso no Brasil e exportar já preparado? E por que não utilizar também uma embalagem biodegradável? Foram vários problemas que nós quisemos solucionar”, ressalta.
Bruna reitera que o objetivo é estender o projeto para outras frutas. “Por se tratar de um projeto de inovação, fizemos alguns ajustes nas rotas tecnológicas inicialmente previstas e tivemos o apoio fundamental da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) para o desenvolvimento das embalagens pelo processo de extrusão em menor escala”, observa.
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Segundo a pesquisadora, o processo de desenvolvimento da embalagem levou ainda em consideração outras questões que pautam o mercado atual, como a demanda do consumidor por uma alimentação prática e saudável e a otimização do produto à exportação.
Para o coordenador do GestFrut, Domingo Haroldo Reinhardt, pesquisador da Embrapa, a embalagem é um ativo tecnológico interessante.
“Ela se enquadra nas demandas atuais por produtos ambientalmente corretos, por ser biodegradável, usar resíduos e contribuir para o consumo conveniente de fruta pronta para comer, reduzindo o desperdício. Com essas vantagens, tem boas perspectivas de viabilidade econômica, podendo atrair parceiros da iniciativa privada”, salienta.
Source: Rural