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(Foto: CNMA/Divulgação)

 

O 5º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio terminou nesta quinta-feira (29/10) com três mesas-redondas internacionais para discutir as perspectivas para o agronegócio nos próximos anos, dos pontos de vista econômico, tecnológico e social.

Na primeira delas, que tratou do tema comércio internacional, a CEO da Mosaic Fertilizantes, Corrine Ricard, ressaltou a contribuição do Brasil para o PIB mundial do setor, em torno de 25%, e as oportunidadees crescentes para o mercado de fertilizantes.

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“No pós-pandemia, acreditamos que a agricultura será um setor ainda mais essencial, trazendo empregos sustentáveis e movimentando a economia. “A proporção entre os preços de grãos e fertilizantes no mercado pode trazer margens de grande sucesso se forem travadas para os produtores e até chegar a recordes em 2021", afirmou.

A presidente da Plataforma de Negócios de Proteção de Cultivos da Corteva Agriscience, Susanne Wasson, comentou que há certos problemas que os agricultores brasileiros precisam superar para manter suas operações rentáveis, e para isso é preciso pensar como um todo no agronegócio, no comércio e na segurança alimentar.

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Ela reiterou que produtores precisam ter acesso confiável à tecnologia e se disse a favor de um sistema regulatório previsível. “Incentivamos produtores, a indústria e os consumidores a favorecerem o consumo de tecnologia, que ajude a produtividade e a lucratividade das propriedades rurais. Não há dúvidas de que o Brasil é um concorrente formidável no mercado mundial. Por isso, queremos continuar a ser parceiros do país”, destacou.  

Da Argentina, a economista, fundadora do Grupo Los Grobos e presidente da FLOR (Fundação para Liderança e Organização Responsável), Andrea Grobocopatel, afirmouq que as mulheres são donas de 20% das empresas de pequeno e médio porte exportadoras.

Segundo a FAO, 30% da agricultura no Caribe e América Latina é administrada pelas mulheres. “Temos que reconhecer o papel crucial que as mulheres têm na agricultura para a segurança alimentar, para a nutrição, e também no manejo da terra e na pesquisa. Nesse contexto, nós, mulheres, estamos na vanguarda de resposta à pandemia”, declarou.

Precisamos saber dizer não e estarmos focadas em aprender com tudo, até com a pandemia, lutarmos para eliminar os preconceitos com as mulheres, aprendermos a negociar o nosso lugar nas organizações e até nossos salários. Acreditarmos em nós mesmas é melhorar todos os dias a sociedade

Andrea Grobocopatel, economista, fundadora do Grupo Los Grobos e presidente da FLOR 

 

Inovação e o futuro da agricultura

A segunda mesa-redonda do dia debateu as inovações em máquinas e equipamentos e as perspectivas do futuro da agricultura, com o tema Agrievolution.

Para o Chairman of the Agrievolution Alliance, Ignácio Ruiz, o setor de máquinas e implementos deve estar atento às questões de segurança no desenvolvimento das novas tecnologias para que ofereçam melhores condições de trabalho aos produtores. “É possível produzir produtos melhores ajustando as tecnologias às necessidades locais, como equipamentos que considerem a presença da mulher no campo", afirmou.

Segundo a FAO, com melhorias nas adaptações de equipamentos, propriedades com mulheres no campo poderiam aumentar em até 2,5% sua produtividade, observou a CABI Brazil Centre Director & Plantwise Regional Coordinator, Yelitza Colmenarez.

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Movimento HeForShe

Por fim, a mesa-redonda “Eles Por Elas” foi inspirada no Movimento HeForShe de Solidariedade da ONU Mulheres pela Igualdade de Gênero. “Juntos podemos ir muito mais longe. Agora, muitas mulheres estão liderando fazendas. O meio corporativo também tem que olhar para essa questão. O campo está olhando para isso”, disse Roberta Paffaro, diretora de Desenvolvimento de Mercado América Latina do CME Group. 

A psicóloga Aline Dotta, mestre e especialista em gestão de pessoas, explicou que a relação entre homens e mulheres passa pelo reconhecimento das potencialidades individuais. “Não somos melhores nem piores; temos potencialidades diferentes, assim como a questão das gerações na propriedade rural e nas organizações."

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O presidente da Yara Brasil, Olaf Hektoen, reforçou o papel das empresas na promoção da igualdade de oportunidades para as mulheres. “Precisamos ajudar a abrir as portas. Hoje, temos uma participação menor de mulheres e não deve ser assim. Precisamos das mulheres para podermos crescer como empresa”, frisou.

Signatário do Movimento HeForShe, Rodrigo Santos, head da divisão Crop Science da Bayer para a América Latina, contou que a empresa realizou treinamentos sobre vieses inconscientes com todos os líderes. “Muitas vezes o que você ouve dos homens é ‘eu não vejo diferença entre homens e mulheres, são as mesmas oportunidades’, e isso não é verdade. Não se tem as mesmas oportunidades”, observou.

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A diretora do segmento de Agronegócio na Senior, Cíntia Leitão de Souza, acredita que ainda há muito o que se fazer em relação à diversidade nas empresas. “De fato, há uma mudança do papel da mulher na questão das políticas e dos códigos de ética, mas quando olhamos a diversidade em si, temos um longo caminho a ser percorrido”, declarou. 
Source: Rural

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