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(Foto: José Medeiros/Ed.Globo)

 

 

 

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) divulgou suas previsões para a produção brasileira de soja em 2021, apontando uma nova safra recorde no país, de 131,7 milhões de toneladas.

O volume, se confirmado, representará crescimento de 4,7% ante a safra encerrada neste ano, cuja estimativa da entidade é de um volume de 125,8 milhões de toneladas – 300 mil acima do apontado em setembro.

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A maior produção deve contribuir para recuperar os estoques nacionais, cujo volume atingiu a mínima histórica neste ano, mas não para reduzir os preços no mercado interno. “O mercado está sendo atendido e, na nossa estimativa, tendo uma recuperação. Porém, ele está num volume de estoques pequeno quando comparado a anos anteriores”, observa André Nassar, presidente da Abiove.

A associação elevou suas estimativas para os estoques finais de 2021 em 35,8%, para 569 mil toneladas, e prevê um volume de 1,22 milhão de toneladas ao final de 2021. “Acho que esse tamanho de estoque não é suficiente para reduzir preços. Evidentemente, ele reduz quando entra a safra, mas estamos falando de patamares de preços da soja mais altos”, observa Nassar.

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Além do câmbio e da cotação da soja no mercado futuro, o presidente da Abiove lembra que o enfraquecimento do mercado interno durante a pandemia de Covid-19 levou a indústria a aumentar suas exportações de óleo, o que contribuiu para reduzir os estoques e elevar os preços no país.

Para 2021, ele ressalta que esse cenário não deve se repetir, já que a demanda no país já apresenta normalização. ”Na nossa estimativa, isso não vai se repetir porque o mercado de óleo não vai sofrer nenhuma interrupção como houve neste ano, tanto no biodiesel quanto no próprio óleo para consumo humano”, garante Nassar.

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Exportações

Já para a soja em grão, as previsões ainda são de exportações elevadas no próximo ano, de 82 milhões de toneladas, segundo melhor resultado da série histórica e um milhão de toneladas acima do esperado para 2020.

Esse cenário, segundo o presidente da Abiove, também contribui para a alta nos preços e é danoso para a indústria, que deixa de processar o produto. “Definitivamente, isso é ruim pra industrialização da soja”, afirma.

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Para 2021, a Abiove prevê queda de quase 62% nas exportações brasileiras de óleo de soja, de mais de 1 milhão de toneladas para 400 mil toneladas. As importações, por outro lado, devem apresentar crescimento de 212,5% este ano, com 150 mil toneladas, e repetir o mesmo volume no ano que vem.

“A oferta de óleo é uma oferta justa, que vai requerer importação, não tem como. Nós temos que importar óleo para atender o mercado de alimentação”, aponta Nassar ao explicar que, diante das condições atuais do setor, o óleo de soja importado ainda mostra-se competitivo na comparação com o produto nacional.

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Biodiesel

Do ponto de vista da produção nacional de óleo, o grande vetor para indústria será a produção de biodiesel, segundo destacou o presidente da Abiove. “Para novembro e dezembro, as distribuidoras estimaram uma demanda 3% acima do ano passado. Então, o mercado de diesel já se recuperou e, consequentemente, o mercado de biodiesel também”, explica Nassar.

Com isso, a Abiove prevê que sejam processadas 45,5 milhões de toneladas de soja no próximo ano, crescimento de 2% ante as 44,6 milhões de toneladas estimadas para 2019.

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Farelo de soja

Como resultado, os estoques brasileiros de farelo de soja, gerado na produção do óleo de soja, devem crescer 88,7% em 2021, para 3,83 milhões de toneladas. Contudo, com um contexto de preços altos e real desvalorizado, Nassar ressalta que o aumento dos estoques não deve garantir preços mais baixos no mercado interno.

"Com esse cenário, era para ter preços de farelo mais baixo, por causa dos estoques. Só que o preço da soja subiu muito. E quando o preço da soja sobre muito ele leva junto o preço do farelo", conclui o presidente da Abiove.
Source: Rural

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