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(Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)

 

O preço da saca de 60 kg de soja chegou a R$ 156,02 em Paranaguá (PR) e atingiu o maior valor desde 2006, quando teve início a série histórica medida pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.

Até então, a máxima diária real havia sido observada em 31 de agosto de 2012, quando o indicador Esalq/BM&FBovespa – principal porto de formação do preço do grão e derivados –foi de R$ 153,40 (corrigido pela inflação).

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Agora, quando considerada a série de preços da soja em Paranaguá (PR) – antes de essa praça se tornar indicador –, o maior valor real é de R$ 169,35 pela saca, registrado no final de setembro de 2002.

A média do indicador, na parcial de outubro, está 52,44% acima da observada no mesmo mês do ano passado, em termos reais. Segundo pesquisadores do Cepea, o ritmo acelerado de processamento e a aquecida demanda, especialmente externa, reduziram rapidamente os estoques domésticos de soja e derivados, mesmo em um ano de recorde de produção.

"Assim, a disputa pelo grão restante está acirrada e os valores altos da paridade de exportação, sustentados pelo dólar valorizado, alavancam as cotações domésticas", apontou o levantamento do Cepea.

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Derivados

Indústrias esmagadoras consultadas pelo Cepea enfrentam dificuldades na compra de soja para receber ainda em 2020, o que tem limitado a produção de derivados e refletido em preços de farelo e óleo de soja mais altos no Brasil. Esse cenário tem desafiado as indústrias alimentícias quanto ao repasse do custo do óleo e, no caso dos avicultores e suinocultores, dos maiores gastos com farelo de soja.

No Brasil, as indústrias alimentícias relatam não conseguir competir com as de biodiesel nas aquisições do óleo. Na cidade de São Paulo, o óleo de soja (com 12% de ICMS) é negociado a R$ 7.051,55 a tonelada t na parcial de outubro – segunda maior média da série do Cepea, em termos reais, abaixo apenas da verificada em dezembro de 2002.

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O lado preocupante para os consumidores, de acordo com o Cepea, é que esse cenário pode seguir na temporada 2020/21. O motivo é que da metade da futura safra de soja já foi vendida e, agora, os produtores já estão cautelosos nas novas vendas, devido ao clima quente e seco, que gera incertezas quanto ao volume de soja que será produzido.
Source: Rural

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