(Foto: AFP)
O governo brasileiro emitiu nota oficial rebatendo relatório de especialistas da França que aponta riscos ambientais no acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Em nota conjunta, os ministérios da Relações Exteriores e da Agricultura defenderam a atuação do Brasil na preservação ambiental e negaram haver riscos à destruição da floresta amazônica.
"O relatório apresenta argumentos não baseados em critérios técnicos, que sugerem que a entrada em vigor do citado acordo terá impacto ambiental negativo, ao alegadamente ocasionar elevação do desmatamento e pôr em xeque os esforços para combater a mudança do clima ao amparo de acordos internacionais", diz a nota.
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Assinado no ano passado por negociadores dos dois blocos, o tratado ainda precisa ser aprovado internamente por cada um dos países-membros. Na semana passada, após o receber o relatório de uma comissão independente, o primeiro-ministro francês, Jean Castex, confirmou sua oposição ao acordo, "tal como está".
No relatório da França, a comissão de especialistas aponta que a maior demanda por carne bovina, quando o acordo comercial entrar em vigor, vai pressionar o desmatamento no Brasil. Sobre isso, o governo brasileiro se defendeu dizendo que a agropecuária do país aumentou sua produtividade nas última décadas, com redução da área deflorestada.
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"O Brasil já mostrou que é capaz de aumentar sua produção de carne, soja e milho ao passo em que diminui o desmatamento. De 2004 a 2012, o desmatamento da região chamada de Amazônia Legal caiu 83%, enquanto que a produção agrícola subiu 61%. Nesse mesmo período, o rebanho bovino cresceu em mais de 8 milhões de cabeças", cita o texto.
O governo brasileiro também acusa o relatório francês de refletir "as preocupações protecionistas de segmentos europeus", como produtores agrícolas. A nota conjunta refuta a ideia de que o acordo aumentaria a destruição da Amazônia e reforça que a não entrada em vigor do tratado internacional, o maior já assinado entre dois blocos econômicos, é o que vai trazer prejuízos ambientais ao Brasil.
A não entrada em vigor do Acordo Mercosul-UE passaria mensagem negativa e estabeleceria claro desincentivo aos esforços do país para fortalecer ainda mais sua legislação ambiental. A não aprovação do Acordo teria, ademais, implicações sociais e econômicas negativas, que poderiam agravar ainda mais os problemas ambientais da região
Nota dos ministérios de Relações Exteriores e Agricultura
Source: Rural