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JBS (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)

 

Seguindo a mesma estratégia de sus concorrentes, a JBS anunciou nesta quarta-feira (23/9) que pretende eliminar o desmatamento da sua cadeia de produção até 2025.

De acordo com a  empresa, que já mantém o compromisso de desmatamento zero entre seus fornecedores diretos de gado, o plano incluirá o compartilhamento da sua plataforma de monitoramento com seus fornecedores, que deverão incluir os dados de guia de trânsito animal do dos bezerros e garrotes adquiridos de terceiros.

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“Nessa nova estratégia, o apoio dos pecuaristas é parte fundamental. Portanto, o primeiro passo dessa estratégia é obter a autorização de nossos fornecedores diretos para que a nossa plataforma possa ter acesso às guias de trânsito animal (GTA), que trazem as informações das fazendas que venderam animais para os nossos fornecedores diretos. A partir dessa autorização, a plataforma fará consulta nas bases das GTAs nos Estados para identificação dos fornecedores de nossos fornecedores”, explica Marcio Nappo, diretor de sustentabilidade da companhia.

O dado é sigiloso e depende da autorização dos produtores para que a empresa tenha acesso. Por isso, a companhia atuará em quatro fases. Na primeira delas, até dezembro deste ano, será concluído o desenvolvimento de uma plataforma blockchain que garanta a proteção das informações oferecidas pelos pecuaristas.

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Fornecedores indiretos

A partir de 2021, a JBS iniciará a análise dos seus fornecedores indiretos no Mato Grosso até a sua expansão a todos os Estados do bioma amazônico, quando a adesão à plataforma se tornará uma condição para vender gado para a companhia.

A plataforma e o compartilhamento da inteligência de politica de compra responsável são medidas com começo, meio e fim. É um novo passo da JBS na sustentabilidade e é um movimento sem volta

Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS

Segundo a empresa, o monitoramento feito desde de 2009 entre seus fornecedores diretos já levou ao bloqueio comercial de mais de 9 mil fazendas no bioma amazônico. Além do desmatamento, a JBS também recusa gado oriundos de áreas protegidas invadidas, embargadas pelo Ibama ou envolvidas com casos de trabalho em condições análogas à escravidão.

“A gente está muito confiante que esse processo vai ser fluido e vamos conseguir trazer 100% dos fornecedores antes desse prazo pra dentro da plataforma e poder monitorar toda a cadeia de produção de gado da nossa operação dentro do bioma amazônico”, aponta o diretor de sustentabilidade da empresa.

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Fundo da Amazônia

Além do plano de eliminar o desmatamento, a JBS também anunciou medidas complementares, como a o compartilhamento do sistema com empresas do setor interessadas em adotar os mesmos critérios de controle da sua cadeia de fornecimento e a criação de um fundo de investimento em iniciativas de desenvolvimento sustentável da região.

Com aporte inicial de R$ 250 milhões da JBS nos primeiros cinco anos, a companhia espera atingir uma captação de R$ 1 bilhão até 2030. “Nós também estamos nos comprometendo a igualar as doações de terceiros na mesma proporção até o total de R$ 500 milhões, chegando ao nosso objetivo de R$ 1 bilhão para as ações na Amazônia”.

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Para selecionar os projetos que serão apoiados pelo fundo, a JBS elegeu um Comitê Técnico e um Conselho Consultivo composto por produtores, ambientalistas, empresários e pesquisadores.

“A gente está montando esta estrutura justamente para dar velocidade e trabalhar no que já está mapeado no mercado e procurar essas alternativas”, explica Joanita Maestri Karoleski, ex-CEO da Seara e presidente do Fundo.

Ele também revelou que que já há projetos em análise para receber os primeiros investimentos. “Nós já estamos em contato com institutos e universidades, o Consórcio da Amazônia, onde já temos um pipeline de projetos”, afirma.
Source: Rural

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