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Pontos vermelhos são queimadas registradas pelo satélite de referência do Inpe (Foto: Reprodução/Inpe)

 

Aberto para a consulta pública, o Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), disponibiliza dados sobre as queimadas, gerados a partir de satélites que fornecem imagens ao Inpe. No entanto, o satélite AQUA_M-T, usado como referência pelo órgão, "ultrapassou em muito sua vida útil", de acordo com informação no site do Programa, publicada pelo próprio Inpe.

Lançado em 2002, o satélite deveria ter sido trocado em 2008, mas até hoje segue em funcionamento. "Quando o satélite AQUA deixar de operar, o que é esperado em futuro próximo, pois ultrapassou em muito sua vida útil prevista de seis anos, o satélite de referência passará a ser o NPP-SUOMI (Sensor VIIRS) da NASA+NOAA_DoD dos EUA", informa o Inpe na seção de 'perguntas frequentes' do Programa Queimadas.

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O fato de o satélite atual de referência estar obsoleto também pode implicar no número de queimadas registradas, já que a quantidade captada pelo AQUA é inferior ao volume que os outros oito satélites registram. Por exemplo, enquanto nas últimas 24 horas foram registrados 2.184 focos de queimadas na Amazônia pelo satélite de referência, os registros sobem para 44.859 considerando os nove satélites.

"O uso de todos os focos dos vários satélites é recomendado quando é relevante toda e qualquer detecção de fogo,  como no monitoramento de uma área de proteção ou de interesse específico (produção de madeira ou linhas de transmissão, p.ex)  e no acompanhamento do avanço de frentes de fogo. Nestas situações, quando ocorrer a repetição da detecção de fogo em um mesmo local o usuário dos dados fará sua própria análise da evolução do evento", esclarece o Inpe por meio da seção de perguntas do site.

Questionado pela Globo Rural, o Instituto explicou nesta sexta-feira (18/9), que "os números tendem a se diferenciar pois cada satélite tem horários de passagens diferentes e também características próprias de seus sensores a bordo".

De acordo com uma fonte da área de georreferenciamento que preferiu não se identificar, assim como os satélites totais podem conter sobreposição de focos, o satélite de referência pode deixar de capturar alguma ocorrência de fogo.

A respeito desta sobreposição, o questionário do Inpe também já adianta que "a relação foco x queimada não é direta nas imagens de satélite", pois em uma resolução de imagem, que varia de 375 metros x 375 metros até 5 quilômetros x 4 quilômetros, dependendo do satélite, pode haver uma ou várias queimadas distintas. "E se uma queimada for muito extensa, ela será detectada em alguns píxeis vizinhos, ou seja, vários focos estarão associados a uma única grande queimada", admite o Instituto.

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"Análise qualitativa"

Neste sábado (19/9), o vice-presidente Hamilton Mourão mostrou insatisfação pelos dados gerados pelo Inpe. Em um artigo publicado em uma rede social, o também presidente do Conselho da Amazônia disse ser importante que os dados passem por uma "análise qualitativa". 

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"É importante que os dados sejam transparentes, contudo submetidos a uma análise qualitativa por meio de processo inteligente, levando a ajustes e correções, necessários para o combate à ilegalidade e para que a informação produzida seja a expressão da verdade", defende Mourão.

Ainda segundo ele, os satélites não distinguem as queimadas legais das ilegais e ainda acusam quaisquer focos de calor acima de 47ºC, como "uma fogueira, por exemplo".

Trecho extraído do artigo do vice-presidente Hamilton Mourão (Foto: Reprodução/Twitter)

 

 
Source: Rural

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