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Açúcar foi um dos produtos que ajudou a puxar a alta de preços de alimentos, de acordo com o indicador da FAO (Foto: Thinkstock)

 

O preço global de alimentos registrou alta pelo terceiro mês consecutivo em agosto, informou nesta quinta-feira (3/9) a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), responsável pelo indicador. No último mês, o índice marcou 96,1 pontos ante 94,3 pontos em julho, 93,1 pontos em junho e 91 pontos em maio.

"Enquanto o dólar americano mais fraco forneceu suporte aos preços internacionais para a maior parte das commodities agrícolas, as altas nos preços em agosto foram marcadas por produtos como açúcar e óleos vegetais, com preços de cereais também firmes, embora mais modestos", disse a FAO. "Em contraste, carne e os preços de lácteos se mantiveram próximos aos níveis de julho."

Entre os cereais, a média em agosto foi de 98,7 pontos, 1,8 ponto acima de julho e 6,5 a mais do que o mesmo período do ano passado. Sorgo, cevada, milho e arroz estiveram entre os principais aumentos.

A FAO destacou as preocupações sobre a produção americana de milho por conta dos danos recentes nas lavouras do Estado de Iowa, o que levou a uma alta do cereal acima de 2,2% em agosto. Os preços internacionais do arroz também registraram aumento após dois meses de retração, tendência sustentada pela disponibilidade apertada e maior demanda da África.

No mercado de trigo, as cotações subiram, embora ligeiramente, enquanto a expectativa de produção mais baixa na Europa e um aumento do interesse de compra deram início a uma tendência de alta nos preços ao final do mês.

Açúcar

No caso do açúcar, a FAO ressaltou que o indicador teve acréscimo de 5,1 pontos nos preços sobre julho e 4,9 pontos sobre agosto de 2019, para uma média de 81,1 pontos. "A última alta mês-a-mês refletiu a expectativa de redução na produção devido às condições climáticas não favoráveis na União Europeia e também na Tailândia, o segundo maior exportador global", pontuou.

O órgão ressaltou também que a demanda de importação da China, puxada por um aumento sustentado no consumo doméstico, deu suporte adicional aos preços no mercado. "Contudo, as expectativas de uma safra abundante da Índia conteve a extensão do aumento."

Carnes

Por sua vez, as carnes registraram média de 93,2 pontos em agosto, perto do mesmo patamar de julho, mas uma queda de 9,1 pontos sobre o mesmo mês do ano passado. "Em agosto, as cotações por carne bovina e de frango caíram, causada por um ritmo lento nas compras de importação, a despeito da queda no abate e processamento de animais em regiões-chave", avaliou.

Enquanto isso, as cotações de preços por carne de ovinos foram menores devido à demanda mais fraca por importação em meio ao influxo da nova temporada de fornecimento na Oceania.

Por outro lado, os preços da carne de porco subiram depois de 4 meses de quedas consecutivas, "enquanto a demanda por importação da China avançou em meio à demanda por fornecimento global apertada, um pouco devido ao peso do abate mais leve, ligado ao fechamento prolongado de plantas em algumas regiões produtoras."

Óleo

Os preços de óleo vegetais registraram expansão dos valores em 5,5 pontos, encerrando agosto com uma média de 98,7 pontos, o maior nível mensal desde janeiro de 2020. "A terceira alta consecutiva mensal reflete principalmente os valores de óleo de palma e, em uma extensão menor, alta nos preços de óleo de soja, semente de girassol e de colza", destacou a FAO.

Um aumento nos preços internacionais do óleo de palma refletem, principalmente, a desaceleração nos países condutores, o que, combinado com a demanda de importação global firme, devem resultar em estoques menores. "Enquanto isso, o valor de óleo de soja continua a subir com o melhor entendimento sobre a indústria de biodiesel americana". 

Leite

Os preços de produtos lácteos atingiram uma média de 102 pontos no último mês, próximo ao nível de julho e 1,7 ponto maior do que o agosto do ano passado. "As cotações para queijo e leite em pó caíram devido a uma demanda reduzida por suprimentos pontuais e expectativas de ampla exportação gerada pela disponibilidade da nova safra na Oceania", disse a FAO.

De outro lado, os valores da manteiga foram maiores, como resultado da disponibilidade apertada para exportação na Europa, devido ao aumento da demanda interna, enquanto o mês de agosto reduziu a produção de leite. "As cotações por leite em pó desnatado cresceram sustentada por uma demanda de importação global de entrega para médio prazo e redução da produção de leite na Europa."
Source: Rural

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