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(Foto: Divulgação)

 

O frigorífico da Aurora em Xaxim (SC), responsável pelo lote de asas de frango que a China disse ter detectado Covid-19, já registrou 196 contaminações pela doença entre seus funcionários, além de outros 148 casos suspeitos, segundo a Vigilância Sanitária do Estado.

Uma semana semana antes de a China notificar o vírus na carne, a cooperativa informou que possuía 10 empregados diagnosticados com a Covid-19 e cumprindo isolamento social em casa, assim como outros seis casos suspeitos, também afastados preventivamente.

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Com um total 2.279 funcionários, o frigorífico firmou acordo no início deste mês com o Ministério Público do Trabalho (MPT) para testar todos os seus colaboradores a partir desta sexta-feira (21/8).

A medida também envolverá o exame dos empregados de outras três unidades no Estado, totalizando 11 mil trabalhadores e até 22 mil testes do tipo PCR, realizado por meio de coleta de mucosa para detectar a presença do vírus nas vias respiratórias.

Testagem de funcionários da Aurora contra Covid-19 começou nesta sexta-feira em SC (Foto: Sesa-SC/Divulgação)

 

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“Nós vínhamos acompanhando esses casos e, no caso de Xaxim, por ser um município que não tem leitos de UTI e com um grande número de habitantes trabalhando no frigorífico, o potencial de transmissão acaba sendo um pouco maior”, observa a procuradora do trabalho em Chapecó (SC), Mariana Casagranda, uma das responsáveis pelo acordo de testagem firmado com a Aurora.

Segundo ela, a unidade de Xaxim vinha apresentando um número expressivo de casos quando comparada às demais unidades e, por isso, foi incluída no acordo. Em Chapecó (SC), alvo inicial das negociações, a empresa contabiliza 70 casos confirmados em duas unidades que somam cerca de 7 mil funcionários.

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Primeiro acordo em maio

Antes do acordo adicional firmado com o MPT, a Aurora já havia se comprometido a cumprir uma série de medidas de prevenção e controle da Covid-19 nacionalmente em suas unidades. 

Entre os compromissos, o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado em maio já previa a testagem periódica dos trabalhadores, mas mediante triagem médica. “Eles sempre se dispuseram a conversar com o MPT e sempre abriram esse diálogo, tanto que gerou a  celebração do TAC e do acordo com um grande número de testagens”, diz a procuradora.

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O vice-gerente do projeto nacional de adequação do meio ambiente do trabalho em frigoríficos do MPT, Lincoln Cordeiro, explica que a assinatura do TAC não garante que a doença será eliminada das empresas, mas é um importante instrumento para fiscalização manutenção de condições seguras de trabalho.

“O fato de uma empresa firmar um TAC não significa que vai cumpri-lo em sua integralidade. Por isso, o MPT atua no acompanhamento da efetiva implantação das medidas acordadas”, ressalta o procurador.

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No caso da Aurora em Xaxim, o MPT não chegou a constatar descumprimento das medidas de segurança acordadas. Com cerca de 28,4 mil habitantes, o município de Xaxim possui 930 casos confirmados de Covid-19, segundo dados da Secretaria de Saúde de SC.

“Importante salientar que se está diante de uma doença que se transmite de forma muito célere e por pessoas assintomáticas e pré-sintomáticas, exigindo comprometimento sério e efetivo dos frigoríficos. Sem o TAC, você não afasta, não testa e não controla a cadeia de transmissão da Covid-19”, observa Cordeiro.
Source: Rural

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