Café em Rondônia. Para o Conselho Nacional do Café, estimativas que pontam safra recorde no Brasil podem ser tentativas de agentes de mercado de depreciar as cotações do produto (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, diz considerar especulação estimativas de safra recorde de café no Brasil neste ano e afirma que a produção nacional deve ficar próxima dos 60 milhões de sacas. Em nota divulgada nesta sexta-fera (24/7) pela entidade, ele afirma que os “insistentes números” apresentados por agentes internacionais podem ter o intuito de depreciar as cotações do produto.
“A safra 2020 de café do Brasil não será recorde e se situará próxima a 60 milhões de sacas, conforme os números oficiais levantados pelo governo federal”, diz ele, na nota.
Brasileiro alerta, no comunicado, que o cenário ideal do mercado é aquele em que todos os agentes conseguem receber suas margens. E que retirar a renda e a competitividade do produtor de café pode ter impacto significativo sobre a produção e a oferta de café no médio e longo prazo.
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"Volumes de produção e consumo equilibrados geram ganhos a todos os segmentos, a sustentabilidade econômica da cadeia e evita-se sobrepreços aos consumidores”, diz.
De acordo com o presidente do CNC, a colheita de café do Brasil avançou para pouco mais da metade da área cultivada e que as condições climáticas ainda merecem atenção. Silas Brasileiro diz que, para a próxima semana, está prevista a chegada de uma frente fria, que deve atingir regiões produtoras em Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Paraná.
“Precisa-se monitorar para ver se não há possibilidade de geadas, assim como também ficar de olho para a ocorrência de chuvas, as quais afetam a qualidade do café na época da colheita", alerta.
Covid-19
De acordo com a nota do CNC, o cenário ainda é de incerteza em relação ao consumo de café, por conta dos impactos da pandemia de coronavírus. Segundo Brasileiro, a diminuição das medidas de isolamento e distanciamento social em regiões da Europa e da Ásia permitem a retomada do consumo fora de casa. E ainda está para chegar o inverno no Hemisfério Norte, o que tende a estimular a demanda pela bebida.
“Com essa abertura de cafeterias, restaurantes e demais estabelecimentos, teremos uma sinalização de qual será o impacto no consumo. Não podemos esquecer que o inverno ainda está para chegar no Hemisfério Norte e a tendência é que se consuma mais café", recorda.
Source: Rural