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(Foto: Thinkstock)

 

O recente relatório da Eat Lancet, Diets for better a future (Dietas para um futuro melhor: Reiniciando e reimaginando sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis no G20), avalia que a manutenção até 2050 dos atuais padrões de consumo de alimentos no G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, excederia o limite planetário de emissões de gases do efeito estufa (GEE) relacionadas a alimentos em 263%. A situação, de acordo com os pesquisadores, exigiria o equivalente a algo entre um e sete planetas Terra para suportar.

A Comissão concluiu que levar sistemas alimentares que consideram mais saudáveis para bilhões de pessoas até 2050 é possível. Na visão dos pesquisadores, é preciso reduzir o consumo de alimentos de origeme animal, especialmente nos países do G20, e elevar a inserção de alimentos de base vegetal nas dietas. A mudança salvaria quase 11 milhões de vidas e reduziria os impactos ambientais.

“Sem grandes mudanças, nosso sistema alimentar continuará empurrando a Terra para além de seus limites planetários”, alerta Jonathan Foley, diretor executivo do Projeto Drawdown, um dos revisores do estudo.

“A pandemia de coronavírus expõe as fragilidades e desigualdades do sistema alimentar global. É difícil imaginar que apenas 20 países consumam 75% das emissões de carbono que o Acordo de Paris aloca para a produção de alimentos. Enquanto os países do G20 consomem a um ritmo insustentável, muitos países ainda têm altos índices de fome e desnutrição”, destacou Brent Loken, autor principal do relatório e cientista global de alimentos junto ao World Wildlife Fund (WWF).

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De acordo com Loken, o poder de mudar isso está “no nosso prato e com os nossos líderes”, pois as diretrizes alimentares nacionais podem servir como uma alavanca para conduzir a transformação urgente e necessária para dietas mais saudáveis e sustentáveis.

De acordo com o levantamento, a alimentação e produção de alimentos para a população atual do planeta, estimada em 7,7 bilhões, respondem por 12,5 Gigatons de CO2 equivalente, a unidade usada como referência para estimar as emissões de gases de efeito estufa (GEE). O número representa 24% das emissões anuais. Desse modo, 5,6 Gt CO2eq são provenientes principalmente da produção animal e resíduos de alimentos apodrecidos, enquanto 6,9 Gt CO2eq são provenientes da produção de arroz, práticas agrícolas, uso de fertilizantes, conversão de terras e desmatamento.

Da parcela das emissões provenientes da produção de alimentos (5,6 Gt de CO2 equivalente), O total de emissões nos países do G20 é de aproximadamente 3,7 Gt têm origem nos países do G20, ou 66% do volume. Os cinco países mais populosos entre as maiores economias do mundo –  China, Índia, Estados Unidos, Indonésia e Brasil (sem considerar a União Europeia, que engloba vários países) – também são os maiores responsáveis pelas emissões totais de GEE da produção de alimentos.

Os responsáveis pelo estudo afirmam que, se as Diretrizes alimentares nacionais (DANs) forem universalmente seguidos em cada país, as emissões de GEE serão reduzidas em aproximadamente 19%. Já a chamada Dieta Planetária de Saúde reduziria as emissões relacionadas a alimentos nos países do G20 em quase 46%. Reduções que, conforme o estudo, estariam associadas a um consumo menor de produtos como carne vermelha e laticínios.
Source: Rural

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