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Pesquisadores enterram saquinhos de chá em área de sistema integrado ILPF (Foto: Luiz Paiva)

 

Pesquisadores da Embrapa Pecuária Sudeste estão enterrando saquinhos de chá para avaliar a qualidade do solo em sistemas produtivos.

Em parceria com o Departamento de Ciências Ambientais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a metodologia holandesa Tea Bag Index (TBI) tem sido utilizada para acompanhar a taxa de decomposição da matéria orgânica e comparar o valor com diferentes sistemas de produção.

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Marcel Tanaka, professor da UFSCar, explica que, quanto maior a decomposição da matéria orgânica, mais qualidade o solo tem. “É sinal de que a comunidade microbiana está funcionando”, aponta.

Aplicação na agropecuária

Anteriormente, a pesquisa era aplicada apenas para análise em ambientes de restauro florestal, como em matas ciliares, para observar a recuperação e a retomada de serviços ambientais prestados pela vegetação.

Porém, a partir de 2019, o pesquisador Alberto Bernardi, da Embrapa, começou a aplicar a técnica em sistemas produtivos integrados, mais precisamente em áreas designadas como ILPF, estratégia de produção em que é praticada simultaneamente a pecuária, o plantio de lavoura e de florestas.

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“Partimos do pressuposto que o sistema ILPF altera o solo. A expectativa é de que aumentem a decomposição e as atividades orgânicas e que o solo passe a reter mais carbono,” avalia Bernardi.

Como parte da pesquisa, foram enterrados 400 saquinhos, em uma profundidade de oito centímetros. Três meses depois, eles foram desenterrados para análise. Com isso, a integração estaria contribuindo para equilibrar a emissão de gases de efeito estufa pela pecuária.

Estudo global

 

Saquinhos de chá enterrados são usados para avaliar a qualidade do solo (Foto: Luiz Paiva)

 

A iniciativa da Embrapa não fica restrita apenas ao Brasil: o projeto faz parte de um experimento global em que os países envolvidos usam saquinhos de chá padronizados. O produto não está disponível em território brasileiro e, pelas 20 caixas adquiridas, o projeto pagou 90 euros (cerca de R$ 540).

A ideia do Tea Bag Index é conhecer os processos de decomposição de solos de diferentes regiões do planeta para propor soluções e tecnologias que reduzam os impactos das mudanças climáticas. 

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“Os saquinhos de chá podem fornecer informações vitais sobre o ciclo global do carbono. E os consumidores em todo o mundo podem melhorar a modelagem climática sem muito esforço ou equipamento”, consta na apresentação do site oficial do projeto. 

Marcel Tanaka explica que, antes do TBI, já havia experimentos com matéria-prima orgânica dentro de saquinhos de nylon, geralmente folhas, que eram enterrados e retirados para análise.“O problema é que a matéria orgânica de uma determinada região pode ser muito diferente de outras regiões. Assim, não haveria como padronizar um estudo global”, detalha.
Source: Rural

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