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Rentabilidade da cultura da soja tem impulsionado ganhos de área (Foto: Getty Images)

 

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou a estimativa para a safra brasileira de grãos 2019/2020 para 251,424 milhões de toneladas, de acordo com o relatório divulgado nesta quarta-feira (8/7). A expectativa anterior, de um mês atrás, era de uma produção total de 250,536 milhões de toneladas. De acordo com o 10º Levantamento de Safra referente ao período, o número atualizado representa um crescimento de 3,9% em relação com o ciclo anterior (242,094 milhões de toneladas).

O documento destaca que, apesar do atraso de chuvas no início da temporada, as culturas de primeira safra responderam bem às condições climáticas e, de maneira geral, apresentaram rendimentos maiores em comaparação com o ciclo agrícola anterior. Já nas culturas de segunda e terceira, a menor janela de plantio influenciou os rendimentos, principalmente de milho e feijão no Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás.

“Com área das culturas de primeira safra totalmente colhida, e as de segunda com a colheita avançada, ainda depende da conclusão do plantio das culturas de inverno e do comportamento climático, que podem influenciar na produtividade dessas culturas”, pontua a Companhia, na versão resumida do relatório, divulgada em seu site oficial.

O relatório traz uma revisão para cima na estimativa para a colheita de soja, que passou de 120,424 milhões para 120,883 milhões de toneladas, com a colheita encerrada nos principais estados produtores. O volume estimado é 5,1% maior que o da safra 2018/2019 (115,029 milhões de toneladas).

“Um ganho de área nos últimos anos. A rentabilidade da cultura tem impulsionado isso, com ganhos de produtividade. Alguns problemas climáticos pelo caminho, mas segue aumentando a sua produtividade média no país”, afirmou o superintentende deinformação do agronegócio da Conab, Cleverton Santana, que fez a apresentação dos números, transmitida pela Companhia via internet.

 

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Já a produção de milho foi revisada para baixo, de 100,992 milhões para 100,559 milhoes de toneladas, somando os três ciclos anuais para a cultura. Ainda assim, será um crescimento de 0,5% em comparação com a safra 2018/2019 (100,042 milhões de toneladas). O primeiro ciclo é estimado em 25,574 milhões de toneladas, o segundo em 73,526 milhões, e o terceiro em 1,459 milhão de toneladas do cereal.

Cleverton Santana lembrou que os problemas climáticos sofridos pelo Rio Grande do Sul afetaram a produção do milho de primeira safra no Estado. Mas em outras regiões, as lavouras apresentaram bom desenvolvimento, o que garantiram a oferta no período. Ja a segunda safra, além do atraso no plantio, houve problemas no desenvolvimento de lavouras em regiões do Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais.

A safra de algodão foi estimada pela Conab em 4,333 milhões de toneladas em caroço e 2,891 milhões de toneladas em pluma, com crescimento de 4% em comparação com a temporada 2018/2019. A colheita foi iniciada na maior parte das regiões produtoras, com tendência de elevação da produtividade, com um cenário de condições climáticas favoráveis e bom desempenho das lavouras, de acordo com a Conab.

“O Brasil está colhendo sua maior safra da história e muito dessa produção para a exportação. A estimativa é de que os índices de exportação sejam semelhantes aos do ano passado”, avaliou Santana. A Conab estima uma exportação de 1,7 milhão de toneladas da pluma nesta safra.

Outra cultura revisada para cima foi a do arroz, de 11,126 milhões para 11,168 milhões de toneladas. O relatório destaca que, mesmo com a perda de área para outras culturas nos últimos anos, as plantações do cereal têm apresentado boa produtividade, especialmente nas lavouras irrigadas, mantendo a oferta ajustada ao consumo nacional.

Com a colheita praticamente encerrada na safra 2019/2020, o número representa crescimento de 6,5% em comparação com a safra passada (10,483 milhões de toneladas). Desse total, 10,275 milhões devem vir das lavouras irrigadas e 893,1 mil toneladas das áreas de sequeiro.

A estimativa da Conab para a produção de feijão foi reajustada de 3,073 milhões para 3,156 milhões de toneladas, somados os três ciclos anuais para a cultura, nas variedades cores, preto e caupi. A primeira safra, deve ser de 1,109 milhão de toneladas, a segunda, de 1,254 milhão e a terceira em 792,8 mil toneladas.

De acordo como Cleverton Santana, a colheita do primeiro ciclo está finalizada. Já o segundo está em fase final, tendo a produtividade afetada por problemas climáticos em algumas regiões produtoras. “O feijão tem um ciclo mais curto que o de outras culturas. Então o impacto climático, normalmente, é mais pesado. As perdas de produtividade da segunda safra influenciaram os produtores a aumentar a área na terceira safra”, disse ele.

Culturas de inverno

Entre as culturas de inverno, a Companhia Nacional de Abastecimento revisou sua estimativa de 7,084 milhões para 7,9 milhões de toneladas, aumento de 20,3% em comparação com a safra passada, estimada em 6,566 milhões de toneladas. Na proncipal dessas culturas, a do trigo, a produção foi estimada em 6,315 milhões de toneladas.

“O Centro-oeste já está plantado. O que falta plantar (de trigo) está no sul do país e a estimativas são muito boas. Não chegamos no nosso potencial de produtividade, mas é uma grande oferta de trigo para esta safra”, disse Santana, ressaltando ganhos de produtividade na cultura.

A área total plantada com grãos no Brasil na safra 2019/2020 é estimada em 65,789 milhões de hectares, um aumento de 4% em comparação com o ciclo anterior (63,262 milhões de hectares). “Os níveis de produtividade seguem aumentando. Variam de cultura para cultura, mas o ganho tecnológico vem acontecendo nas últimas safras”, disse o superintendente de informação da Conab.
Source: Rural

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