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(Foto: Getty Images)

 

A suspensão da habilitação chinesa de exportação de três frigoríficos brasileiros, na última semana, deve afetar os embarques de proteína animal no curto prazo, destacou na quinta-feira (2/7) o analista do Rabobank para o setor no Brasil, Wagner Yanaguizawa.

“O ponto positivo é que esse não é um problema exclusivo do Brasil. Outras regiões importantes estão sendo impactadas, mas, basicamente, já era algo esperado porque eles estão com suspeita de uma segunda onda de contaminações e isso está preocupando o mercado chinês”, apontou o analista durante evento online do banco.

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Segundo Yanaguizawa, cerca de 20 frigoríficos foram suspensos pelo país em todo o mundo nas últimas duas semanas. A lista inclui países como Alemanha, EUA, Canadá e Argentina. Sobre o Brasil, ele projeta um impacto menor em virtude do bom desempenho das exportações e da alta competitividade da carne após a desvalorização do real ante o dólar.

“No Brasil a gente espera, sem dúvidas, uma possível redução das exportações neste curto prazo, principalmente do lado da demanda, devido à insegurança sanitária das carnes. Mas acreditamos que o Brasil deve ser um dos menos impactados”, disse o analista.

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Recuperação do rebanho

No longo prazo, o analista do Rabobank ressaltou a recuperação do rebanho chinês após a perda de quase metade do plantel de suínos. “A expectativa é de que a recomposição do setor na China seja mais forte. A gente vê algumas medidas do governo chinês dando subsídio, principalmente, para a compra de matrizes. Então, esperamos um aumento um pouco maior do rebanho no 2º semestre, na casa do 5 milhões de cabeças”, apontou.

 

(Foto: Rogério Albuquerque/Editora Globo)

 

Embora represente menos de 3% de todo rebanho perdido entre 2018 e 2019, o aumento do ritmo de recuperação do setor no país deve reduzir gradualmente a demanda chinesa por carne suína no longo prazo. Para 2020, a previsão do Rabobank é de uma queda de 6 milhões a 8 milhões de toneladas na produção de carne suína da China.

“O grande ponto é que os patamares de recuperação deste rebanho serão abaixo do observado antes da crise porque estamos vendo uma mudança muito forte no padrão de consumo da China, com migração para outras proteínas, como carne de frango e bovina”, destacou Yanaguizawa.
Source: Rural

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