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(Foto: Ernesto de Souza / Editora Globo)

 

Ao longo da próxima década, a produção brasileira de grãos deverá crescer 45%, chegando a 343 milhões de toneladas. É o que aponta relatório encomendado pela Fiesp apontando perspectivas do setor com base nas atuais condições do mercado.

A avaliação parte do princípio de que haverá queda da atividade econômica nacional em 2020, em decorrência da Covid-19, mas sem interrupção abrupta do crescimento mundial para os próximos 10 anos.

“Esstados Unidos e Europa, apesar de duramente afetados pela pandemia, terão crescimento na demanda por alimentos, mesmo que em taxas inferiores ao observado nos últimos anos”, aponta o documento.

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O estudo destaca, entre os fatores positivos para o agronegócio, as taxas de juros historicamente baixas, a queda da inflação, o dólar propício para exportações, projetos de infraestrutura vigentes no país e um Poder Legislativo com viés mais reformista.

Segundo o relatório, essas condições contribuirão para um ritmo de crescimento da produção brasileira acima da média mundial, elevando a participação do país no mercado internacional de soja de 47% em 2019 para 53% em 2029.

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A previsão é de que a produção da oleaginosa cresça 44% na próxima década, para 165,9 milhões de toneladas em 2028/2029, com expansão de 24% na área plantada, para 44,3 milhões de hectares, e de 17% na produtividade, para 3,7 toneladas por hectare.

Para o milho, a previsão é de um aumento de 51% na produção no mesmo período, com uma área plantada 32% maior (23 milhões de hectares) e ganho de 15% na produtividade, estimada em 6,6 toneladas por hectare.

Para as exportações, a projeção é de crescimento de 50% para soja até 2029, com 104,7 milhões de toneladas, e de 52% para o milho, com 60,04 milhões de toneladas.

(Foto: Emiliano Capozoli)

 

Proteína animal

As previsões da Fiesp também são otimistas para o setor de proteína animal, com um crescimento de 26% na produção brasileira de carnes na próxima década e de 50% nas exportações, projetadas em 10,4 milhões de toneladas em 2029.

No caso específico da carne bovina, a Fiesp destaca que alguns competidores externos do Brasil mantiveram uma elevada proporção de descarte de fêmeas nos últimos dois anos, caso de EUA, Austrália, Argentina e Uruguai. Esta situação, explica, sugere que a oferta de carne deverá desacelerar nesses países pela escassez de bezerros.

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Quanto à demanda, a Fiesp destaca que as crises sanitárias causadas pela peste suína africana e pela Covid-19 na China devem levar a uma “revisão estratégica na estrutura de produção e comercialização pecuária” do país, além de ter reduzido drasticamente o rebanho de porcos chinês. Com isso, o setor de aves no Brasil deve ser o principal beneficiado, com crescimento de 48% nas exportações líquidas nos próximos dez anos.

“A grande redução na produção chinesa de carne suína, que tem elevado os preços das proteínas naquele país, fará com que a produção de carne de frango se expanda nos próximos anos no país asiático, mas ainda assim haverá bom espaço para as importações, uma vez que a produção de frango na China é bem inferior à de suínos e o aumento previsto não conseguirá atender à demanda reprimida internamente”, conclui a Fiesp.
Source: Rural

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