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Consumo de laranja in natura aumentou com coronavírus, em um primeiro momento, mas, depois caiu (Foto: Viviane Taguchi)

 

A busca por uma fruta de qualidade cada vez melhor, abrir novos mercados e procurar nichos de consumo estão entre os principais desafios para os produtores de frutas cítricas de mesa. A afirmação foi feita pelo presidente da Associação Brasileira de Citrus de Mesa (ABCM), Antonio Carlos Simoneti, em entrevista transmitida ao vivo pelo perfil da Globo Rural no Instagram, na quarta-feira (29/4).

“Estamos correndo atrás de abrir novos mercados para a exportação de laranja. Tendo qualidade, vamos buscar novos mercados. E o próprio brasileiro está mudando seus hábitos, partindo para coisas mais naturais, e a laranja está entrando no cardápio da dieta”, disse Simoneti, que é da quarta geração de uma família de citricultores.

Apesar da maior procura, a fruta ainda é pouco diversificada, segundo Simoneti. Ele afirmou que o consumidor conhece pouco, por exemplo, outras variedades de laranja, além da pera, que é bastante consumida. “Queremos mudar isso e chegar no mercado. O desafio é o de buscar certificações e padronizações”, ressaltou.

A pandemia do coronavírus atingiu o setor em um momento de entressafra da laranja. A que chega ao mercado, vinda de regiões produtoras de São Paulo e Minas Gerais, vem em volumes menores. De acordo com o presidente da ABCM, em um primeiro momento, houve aumento da procura pela fruta, um movimento que ajudou a dar sustentação aos preços. Posteriormente, as vendas fora caindo, o que pressionou também as cotações.

Preço em queda

O indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para a laranja pera in natura acumulou retração de 19% em abril, até o dia 29, quando a caixa de 40,8 quilos no Estado de São Paulo, valia, em média R$ 27,88 na árvore (sem contar custos com colheita e frete).

“Na entressafra, a comercialização já é menor. É mercado ruim. Entra o frio, diminui o consumo, estamos em entressafra. E quando entra numa entressafra, a qualidade diminui. É uma fruta mais azeda, mas ácida. E isso diminui os preços”, explicou.

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Segundo Simoneti, o custo de produção de uma caixa de laranja de mesa está entre R$ 20 e R$ 21. Mas o momento atual é de incerteza para o produtor, por conta de fatores como a taxa de câmbio elevada, que tem impacto no valor dos insumos. No caso da tangerina, que está em época de safra, esse custo é ainda maior, frisou o executivo. Daí a importância de aumentar a produtividade para trazer rentabilidade do negócio.

“Quando a gente fala de produtividade, estamos falando, em um plantio mais adensado, de 80 toneladas por hectare, podendo chegar a cem, dependendo do manejo”, explicou.

Padrão de qualidade

O presidente da ABCM disse ainda que, neste momento, está difícil manter o padrão de qualidade das laranjas no campo. Faltou chuva em algumas regiões de citricultura no Estado de São Paulo,  e o tempo mais seco e frio favorece o aparecimento de pragas e de doenças como o greening, uma das principais preocupações da citricultura atual. E, em algumas regiões onde os pomares não são irrigados, o problema é a falta de água.

“As laranjas não desenvolveram o tamanho. Está todo mundo preocupado com o mercado, que essa laranja não desenvolveu. É uma situação muito difícil para a citricultura de mesa, de manter o padrão pode causa da falta de chuvas”, afirmou.
Source: Rural

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