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Com maior demanda por café, Minasul negociou um volume maior (Foto: Globo Rural/Editora Globo)

 

A corrida aos supermercados para estocar alimentos e produtos de primeira necessidade não foi só um fenômeno brasileiro. No caso do café, os impactos foram sentidos no mercado internacional. “Tem havido uma procura mais acentuada, com compradores querendo até mesmo pagar antecipado para garantir sua parcela da commodity”, afirma o presidente da Minasul, José Marcos Rafael Magalhães.

Segunda maior cooperativa de café do país, a MInasul já antecipou a venda de cerca de 600 mil sacas da safra que será colhida este ano, volume 50% superior à meta estabelecida no início da temporada. Em relação ao observado no ano passado, o número representa um crescimento de 66,7% ante as vendas antecipadas realizadas em 2018/2019. “Nós podemos dizer que este foi um efeito benéfico da pandemia para o nosso segmento”, avalia.

Com uma produção estimada em 2 milhões de sacas este ano, o presidente avalia que a cooperativa possa chegar a uma exportação de até 800 mil sacas, considerando sua capacidade de processamento e de logística. “Não queremos perder credibilidade. Vai ter um momento que não vamos mais poder aceitar negócios porque não vamos conseguir entregar. Mas entendemos que temos espaço pra crescer um pouco mais”, observa Magalhães ao lembrar que a cooperativa não descarta a possibilidade de contratar uma trading para contornar essas limitações.

Lucro recorde

No ano passado, a cooperativa registrou crescimento de 70% nas suas exportações de café, gerando uma receita de R$ 359 milhões com as vendas internacionais. O resultado contribuiu para um faturamento líquido de R$ 1,44 bilhões, crescimento de 28,57% ante o ano anterior.

“Apesar dos desafios de 2019 e a crise do preço de café, foi um ano recorde para a Minasul. O resultado da nossa estratégia de levar café de qualidade do sul de Minas para o mundo surpreendeu e mostrou que estamos no caminho correto”, avalia Magalhães.

Ele destaca, contudo, as condições desafiadoras do mercado internacional, com as cotações do café arábica abaixo dos US$ 90 a libra-peso na bolsa de Nova York em maio do ano passado. No último mês, com as oscilações do mercado de câmbio, por exemplo, a cooperativa chegou a suspender suas operações em bolsa, aguardando uma maior previsibilidade.

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“Saímos do mercado futuro há duas semanas porque ele estava muito volátil. Não se pode tomar decisão fora da CNTP (Condições Normais de Temperatura e Pressão). Só voltamos ontem ao mercado futuro, quando tivemos uma maior visibilidade de tamanho de safra, custos, e outros fatores”, revela Magalhães sem, contudo, minimizar a importância do hedge nas operações da cooperativa.

“É muito claro que essa especulação e essa volatilidade são o mundo real, mas temos que achar um antídoto para esse veneno. E o antídoto é trabalhar bem da porteira pra fora, aproveitando os momentos de alta, e da porteira pra dentro, aumentando a produtividade”,
conclui o presidente da Minasul.
Source: Rural

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