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Governador João Dória atualiza a situação da pandemia de coronvírus no Estado de São Paulo (Foto: Gov. de São Paulo)

 

O governador de São Paulo, João Doria, disse, nesta quinta-feira (26/3), que sua administração vem trabalhando em conjunto com associações e cooperativas que atuam no Estado para viabilizar os negócios de produtores rurais, especialmente, os pequenos. Com a quarentena decretada até o dia 7 de abril pelo governo paulista, bares, restaurantes e cafés não estão abertos ao público e só podem operar em sistema de delivery, o que tende a impactar na demanda para agricultores que fornecem para esses estabelecimentos.

Na entrevista coletiva, concedida no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista, Doria informou que a situação dos produtores foi assunto de reunião, nesta quinta-feira, com o secretário de Agricultura, Gustavo Junqueira, e a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen.

Segundo o governador, agricultores que antes forneciam seus produtos para “restaurantes de alta qualidade”, passam a ter a demanda de estabelecimentos de médio e grande porte, além de padarias, também autorizadas a operar no sistema de entrega. 

“Estamos atentos a isso e também trabalhando com as associações, entidades e cooperativas. Há várias cooperativas, todas elas muito bem estruturadas no Estado de São Paulo, e o sistema tem sido muito útil nesse programa de distribuição e contato direto com outros potenciais compradores”, disse Doria, respondendo a pergunta da Globo Rural via internet, sem, contudo, detalhar como vem sendo feito esse trabalho conjunto.

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Na terça-feira (24/3), em participação no quadro CBN Agronegócios, do programa CBN Brasil, na Rádio CBN, o secretário de Agricultura de São Paulo, Gustavo Junqueira, disse que o governo do Estado vem estudando uma maneira de incluir os pequenos produtores rurais do Estado de São Paulo nas cadeias de compras de grandes redes de varejo. Na entrevista, Junqueira lembrou que a procura nos supermercados está aumentando enquanto os food service está demandando menos por conta das restrições.

“Existe uma discussão da secretaria com a associação dos supermercadistas para saber como podemos incorporar esse grupo no sistema de compras e de distribuição. É uma maneira alternativa. Está sendo pensado, ainda não está pronto”, disse.

Logística

Na coletiva desta quinta-feira (26/3), o governador João Doria disse ainda que o Governo de São Paulo tem mantido contato com as principais centrais de abastecimento do Estado, citando o Mercado Municipal, no centro da capital paulista, e a Ceagesp, na zona oeste da cidade.

Segundo ele, a logística tem funcionado bem, e o Estado tem prestado apoio aos caminhoneiros, para que disponham dos serviços necessários para seguir viagem, como alimentação e oficina mecânica.

Doria disse ainda que o governo vem mantendo um diálogo com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. Informou que a suspensão de 90 dias da pesagem nas balanças das rodovias foi decidida depois de conversa com o ministro.

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A medida vale para as rodovias administradas pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e pelas concessionárias privadas e, segundo a administração estadual, atinge uma malha de cerca de 22 mil quilômetros. O governador disse, no entanto, que ainda não há uma definição sobre uma eventual suspensão da cobrança de pedágios.

“O secretário de Transportes, João Octaviano, tem mantido contato permanente com o ministro da Infraestrutura, que tem sido muito correto. Quando tomamos a decisão de suspender temporariamente a pesagem, foi dialogado com o ministro, que compreendeu. Em relação a pedágio, há estudos, mas temos rodovias federais, que são pedagiadas. A medida não pode ser tomada em dessintonia com a medida de ordem federal”, explicou.

Restrições

Na coletiva, o governo de São Paulo atualizou os dados do avanço da pandemia no Estado, fazendo um comparativo com o quadro nacional. De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, São Paulo tem 862 casos de contaminação pelo Covid-19, 48 mortes e 84 pacientes internados em unidades de tratamento intensivo por apresentarem o estado de saúde mais grave.

Os números serviram para as autoridades estaduais reafirmarem a sua decisão de manter o Estado em quarentena até o dia 7 de abril, bem como as restrições de movimentação. “Nós éramos praticamente 90% dos casos do Brasil. Agora somos 30%, o que significa que existe uma expansão da epidemia. Tem dias de mais acréscimo e de menos acréscimo, mas vem crescendo. As medidas de restrição têm sido suficientes e colaborando de forma efetiva para que a gente tenha 862 casos”, disse o secretário de Saúde, José Henrique Germann. “Agora é distanciamento social. Não estamos em situação de lockdown. Não sei se estaremos ou não”, acrescentou.

Doria anunciou o repasse de R$ 218 milhões para municípios com mais de 100 mil habitantes, com exceção da cidade de São Paulo, a partir de 3 de abril. A verba destinada à capital paulista deve ser anunciada nesta sexta-feira (27/3). E, na próxima segunda-feira (30/3), deve ser anunciado o repasse para cidades com menos de 100 mil habitantes. Os recursos, disse ele, devem ser usados integralmente em ações de combate ao coronavírus.

Apoio federal

Doria afirmou que São Paulo está preocupado com a situação econômica do Estado, em função da pandemia. Lembrou que, na quarta-feira (25/3), os governadores se reuniram em videoconferência e, em conjunto, assinaram uma carta para o presidente Jair Bolsonaro, pedindo apoio do governo federal.

“O governo federal não fez nada na área da economia. Mas tenho confiança de que vai fazer. Quero crer que, nas próximas 72 horas, essas medidas serão materializadas, especialmente para o Estado de São Paulo, que é o epicentro da crise do coronavírus, mas também para os outros Estados que precisam”, disse o governador paulista.

Dória voltou a dizer que o coronavírus não é uma "gripezinha" ou um "resfriadinho", reforçando sua posição crítica ao presidente Jair Bolsonaro. E a classificar a pandemia como a maior crise de saúde da história do país.
Source: Rural

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