Skip to main content

Pandemia não deve impedir crescimento do agronegócio em 2020, avalia o Bsanco Central (Foto: Divulgação/Banco Central do Brasil)

A agropecuária brasileira deve crescer 2,9% em 2020, mesmo com os efeitos da pandemia de coronavírus, avalia o Banco Central (BC). O dado está no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado nesta semana, em que a autoridade monetária atualiza suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.

A perspectiva é a mesma do relatório divulgado em dezembro, diferente do esperado para outros setores da economia, que tiveram os números revisados, em meio ao avanço da Covid-19. (veja quadro abaixo)

“O crescimento esperado da agropecuária foi mantido em 2,9%, refletindo melhora nos prognósticos para a safra de grãos, compensada por redução moderada na estimativa de crescimento da pecuária, em razão dos impactos da pandemia sobre a demanda interna e externa por proteínas”, diz o relatório.

Os 2,9% estimados pelo BC para o setor representam um crescimento maior do que o do ano passado, que foi de 1,3%. De acordo com o Banco Central, as novas projeções para a economia brasileira neste ano levam em conta um cenário de intensificação de medidas de isolamento por causa da pandemia, efeitos negativos sobre setores da indústria e serviços e redução das estimativas para o comércio do Brasil e do mundo.

Segundo a instituição, embora o avanço da pandemia tenha mostrado impactos significativos sobre sistemas de saúde e economias de alguns países, existe incerteza sobre a força e a persistência dos seus efeitos. As expectativas em relação à economia global e doméstica mudaram rapidamente nas primeiras semanas de março. E governos de diversos países, incluindo o Brasil, têm adotado medidas de política monetária e fiscal na tentativa de atenuar os prejuízos à atividade econômica.

 

saiba mais

G20 injeta US$ 5 trilhões na economia para conter coronavírus

São Paulo busca parcerias para evitar prejuízo para agricultores, diz Doria

 

Aqui no Brasil, informa o BC, ainda em fevereiro, dados e relatos de associações setoriais indicavam, de início, preocupação com a oferta de insumos importados e a demanda externa. Essa preocupação foi se deslocando para a demanda interna.

Com as medidas restritivas, segmentos da indústria e serviços se mostraram mais sensíveis enquanto farmácias e supermercados aumentaram vendas, o que estaria ligado à mudança de comportamento do consumidor. “Fenômeno que pode permanecer no curto prazo”, diz.

Com base nos seus próprios levantamentos com agentes de mercado, o BC constatou que havia um consenso sobre um impacto negativo da pandemia de coronavírus sobre a economia brasileira. E, de acordo com o Relatório Trimestral de Inflação, a avaliação geral era a de que o efeito sobre o PIB viria, principalmente, da queda das exportações e de preços de commodities, e, em menor grau, na redução da demanda interna.

“Mesmo diante do impacto limitado observado sobre os indicadores mensais até o dia 17 de março, as expectativas de crescimento doméstico já se deterioravam em virtude da piora observada no exterior, da perspectiva de continuidade do avanço da doença no país e da evolução dos indicadores financeiros”, avalia o relatório.

Resultado geral

Mantendo sua projeção para a agropecuária e considerando a deterioração das expectativas para a economia, o Banco Central passou a prever estabilidade para o Produto Interno Bruto neste ano, conforme o Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta semana. No informe de dezembro, a expectativa era de crescimento de 2,2% em 2020.

“A alteração da projeção está associada, principalmente, a impactos econômicos expressivos decorrentes da pandemia de Covid-19. Adicionalmente, resultados abaixo do esperado em indicadores econômicos no final de 2019 e início de 2020 afetaram a expectativa de desempenho da atividade no primeiro trimestre”, diz.

Na visão do BC, a economia brasileira deve sofrer um "recuo acentuado" no segundo trimestre, seguido do que chama de "retorno relevante" na segunda metade do ano. Com essa avaliação, a projeção para o desempenho da indústria foi revisada de crescimento de 2,9% para uma retração de 0,5%. E a autoridade monetária revisou sua expectativa para o setor de serviços de um crescimento de 1,7% para estabilidade neste ano.

 

saiba mais

Lockdowns trazem impactos de curto prazo em produção e oferta, diz BC

"Quem está segurando a economia desse país é o agro", diz ministro da Saúde sobre crise do coronavírus

 

Do lado da demanda, a previsão de crescimento no consumo das famílias foi revisada de 2,3% para 0,8%; o consumo do governo, de 0,3% para 0,2%. As exportações, com crescimento previsto de 2,5% no relatório anterior, agora devem aumentar apenas 0,9% em 2020. A perspectiva de aumento das importações foi revisada de 3,8% para 0,6%.

Com o novo cenário, os investimentos também devem cair. No relatório de inflação divulgado em dezembro, o Banco Central esperava uma expansão de 4,1% na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). Agora, projeta uma retração de 1,1%.

“Cabe destacar a elevação do grau de incerteza das projeções realizadas em ambiente de crise. Entre outros aspectos, a magnitude dos impactos da pandemia sobre a atividade econômica doméstica estará associada à gravidade e à extensão do período do surto no país e às medidas públicas que estão sendo adotadas nas diversas áreas”, pondera o BC.

(Fonte: Reprodução/BC)

 
Source: Rural

Leave a Reply