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Os analistas comentam que Ijuí responde por 10% da área cultivada com milho no Estado (Foto: Ernesto de Souza/ Ed. Globo)

 

As chuvas atenuaram parcialmente a situação de déficit hídrico das lavouras de milho e favoreceram a evolução para as fases de maturação e colheita na maioria das regiões produtoras do Rio Grande do Sul. A avaliação é dos analistas da Emater/RS-Ascar, empresa de assistência técnica e extensão rural do governo gaúcho.

Segundo os levantamentos da Emater, 15% das lavouras estão em germinação e desenvolvimento vegetativo, 12% em floração, 25% em enchimento de grãos, 26% já maduros. A colheita já atingir 22% dos 771.578 hectares cultivados nesta safra.

Os analistas comentam que Ijuí, que responde por 10% da área cultivada com milho no Estado, apesar de a umidade no solo ter retornado ainda não foi possível a recuperação das lavouras em estágio fisiológico avançado de final de ciclo.

“À medida que a colheita avança, a produtividade das lavouras tem sido menor, em consequência da falta de água nos estágios críticos. Apesar disso, o produto colhido tem apresentado boa qualidade.”

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Na região de Santa Rosa, onde 60% do milho estão colhidos, a produtividade teve pequena queda em função da baixa umidade do solo, que atingiu lavouras em plena floração e formação inicial do grão. “Com a melhora das condições de umidade do solo, foi iniciada a semeadura para o cultivo da segunda safra (milho safrinha) nas áreas colhidas.”

De acordo com os analistas, as chuvas desta semana frearam as atividades de colheita e os produtores buscam a retirada do produto da forma mais célere possível, para liberar as áreas também para a semeadura da soja safrinha. “A boa produtividade obtida e os preços com tendência de elevação devem possibilitar boa rentabilidade da cultura nesta safra.”

Em relação à soja, os produtores concluiram o plantioo da área estiamada em 5.956 milhões de hectares. Das lavouras implantadas, 48% se encontram em desenvolvimento vegetativo, 39% em floração e 13% na fase de enchimento de grãos.

Na regional administrativa Ascar de Santa Rosa, que corresponde a 11,8% da área de soja cultivada no Estado, o desenvolvimento das lavouras ainda é satisfatório, mesmo com as condições de falta de umidade e de altas temperaturas nas últimas semanas. As chuvas recuperaram parcialmente as lavouras, apesar de já haver perdas, sobretudo nas Missões.

Na regional de Ijuí, o retorno das chuvas influenciou a emissão de folhas novas, de ramos laterais e o aumento da floração. Em geral, as plantas apresentam tamanho menor do que o ideal, com índice foliar abaixo do esperado e potencial produtivo comprometido devido à estiagem.

Os analistas observam que os índices de redução do potencial produtivo são diferentes conforme a localização das lavouras, o período de semeadura e o ciclo das cultivares. “No Corede Alto Jacuí é onde se identificam as maiores reduções de produtividade. Até o momento, há baixa incidência de pragas.”

ARROZ

Atualmente 62% das lavouras de arroz do Rio Grande do Sul estão em estágio de germinação/desenvolvimento vegetativo, 26% em floração, 11% em enchimento de grãos e 1% em maturação. Em geral, a lavoura mantém bom desenvolvimento.

Na regional Ascar de Bagé, onde 90% das lavouras encontram-se em estágio de florescimento, as chuvas na semana (50 mm) auxiliaram no manejo da água nas lavouras e na reposição dos mananciais.

Em Quaraí, as lavouras de arroz apresentam bom estande de plantas, sem incidência de problemas de pragas e doenças. Os produtores têm realizado ajustes sistemáticos na irrigação, de modo a assegurar água para todo o ciclo.

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Já na região de Soledade, as chuvas ocorridas ainda não são suficientes para repor os volumes dos mananciais. As lavouras mais adiantadas no ciclo da cultura seguem recebendo tratos culturais. Já nas áreas semeadas com restrição de umidade do solo, há falhas devido à germinação desuniforme. Em geral, as lavouras se mantêm com bom estado fitossanitário.

Na região de Santa Maria, 85% das lavouras de arroz estão na fase de desenvolvimento vegetativo e 15% em floração. Os produtores que contam com reservas de água não sofreram os efeitos da estiagem, prevendo inclusive superior qualidade de grãos.

Já os produtores que tiveram problemas, atrasaram o plantio em função das chuvas ocorridas na primavera. Foi o que ocorreu em Cacequi, onde 30% dos 11 mil hectares do município foram semeados após o período recomendado. “Tal medida fará com que a fase de floração ocorra entre fevereiro e março, quando há menor insolação e maior risco de temperaturas noturnas baixas, condições que podem vir a comprometer a produtividade e a qualidade dos grãos a serem colhidos.”
Source: Rural

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