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Presidente da Aprosoja Brasil afirma que impacto do acordo não tem "nada de relevante" (Foto: Divulgação/SLC Agrícola)

 

A China continuará buscando soja no mercado brasileiro mesmo após o acordo comercial com os Estados Unidos, e o Brasil pode recuperar espaço na Europa e em outros países da Ásia. A avaliação é do presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil), Bartolomeu Braz Pereira.

Nos últimos anos, com a guerra comercial, a China adquiriu grandes volumes de soja brasileira, deslocando parte da demanda de outros países para os EUA. Pereira disse que os produtores brasileiros já sabiam que em algum momento EUA e China chegariam a um consenso, mas ponderou que a China não tem como se abastecer só nos EUA: no curto prazo, a oferta norte-americana é menor após a quebra de safra do país em 2019/20, e para os próximos anos a capacidade dos EUA de aumentar a produção é limitada.

"Os EUA fizeram um acordo para levar a soja para a China, mas não têm soja suficiente para entregar. E o Brasil é protagonista na produção", disse Pereira, lembrando que o país caminha para se tornar o maior produtor mundial com a colheita da safra 2019/20. "Pode ter algum impacto no início, mas nada de relevante", analisa.

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Segundo Pereira, além de a soja brasileira ter preço atrativo no mercado internacional, conta com maior teor de proteína e óleo do que a norte-americana. O presidente da Aprosoja Brasil assinalou, ainda, que mais de 50 milhões de toneladas da safra que começa a ser colhida no país já foram negociadas. "Isso já nos dá uma vantagem", afirmou.

Impacto nos preços

Pereira também afirma que, com a volta do mercado à situação pré-guerra comercial, países que se voltaram para os EUA vão voltar a recorrer à soja do Brasil, como Europa e outras nações asiáticas, citando Indonésia, Vietnã e Japão. "Produtor brasileiro é mais competitivo do que os outros e a qualidade do nosso produto é melhor, o que nos dá vantagem", frisou.

Para Pereira, o acordo comercial também favorecerá os preços futuros em Chicago. Nos últimos anos, as cotações internacionais foram pressionadas pelo embate entre EUA e China. "Essas guerras comerciais só trazem preocupação a médio prazo", finalizou.

 
Source: Rural

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