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Diante da importância do mercado árabe para o agronegócio brasileiro, a ministra Tereza Cristina se reunirá com representações desses países na semana que vem na tentativa de manter um canal de diálogo com essas nações (Foto: Divulgação/Mapa)

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, reconhece que a instalação de um escritório comercial do Brasil em Jerusalém desagradou países árabes, mas garante que o governo brasileiro fará todo o esforço para manter um bom canal de diálogo e reforçar a relação comercial com essas nações. Na próxima semana, ela terá uma reunião com embaixadores, em Brasília (DF).

Em nota divulgada pela pasta, a ministra destaca relação de confiança entre os produtores do Brasil e os consumidores dos países islâmicos. “Vamos continuar perseguindo esse bom entendimento, esse bom relacionamento com os árabes, com os muçulmanos, com quem gostamos muito de ter relações comerciais”, disse Tereza Cristina.

Inicialmente, a promessa do presidente da República, Jair Bolsonaro, era a de transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém. Mas, diante das preocupações com o futuro do relacionamento com os árabes, acabou anunciando apenas um escritório comercial.

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Ainda assim, a decisão não foi bem recebida no mundo árabe. O grupo Hamas afirmou que as ações do governo Bolsonaro em Israel ameaçam os laços brasileiros com os países árabes. E a Autoridade Nacional Palestina convocou o embaixador no Brasil para consultas após o anúncio da abertura do escritório comercial brasileiro em Jerusalém.

A relação do Brasil com o mundo árabe é de grande importância para o agronegócio. A indústria de carnes, por exemplo, tem no Oriente Médio um de seus principais clientes, sendo um importante competidor no segmento halal, produzido de acordo com os preceitos da religião muçulmana.

Na nota divulgada pelo Ministério da Agricultura, Tereza Cristina avalia que o escritório comercial é um meio-termo. Não é uma representação diplomática. Pontua, no entanto, que questões geopolíticas têm que ser tratadas pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo. A ela, cabe trabalhar pela agricultura.

“A gente sabe do ânimo que existe na região, mas o Brasil é um país amigo de todos os países, e na área comercial temos um peso muito grande no mundo árabe, no mundo islâmico. Temos de continuar conversando. É claro que há um descontentamento, Mas, nós da Agricultura, temos de trabalhar pela agricultura”, diz a ministra.

Interesses econômicos

Na terça-feira (2/4), em Jerusalém, o porta-voz da presidência da República, Otávio do Rego Barros, afirmou que o Brasil está preparado para negociar com o países árabes. E, destacando a participação da ministra Tereza Cristina nas conversar, afirmou que é preciso “azeitar” o processo.

Dentro do primeiro escalão do governo, a avaliação é de que os interesses econômicos estarão acima das questões políticas, como sugere o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Augusto Heleno.

“A política econômica externa é baseada em interesses. Os interesses políticos raramente superam os econômicos. Então a tendência é de que a gente continue a vender para os árabes. Temos uma relação comercial com eles muito boa. Nosso produto é bom, está adaptado às exigências do mercado árabe”, afirmou o militar, em entrevista ao Valor Econômico.

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Source: Rural

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