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Novo espaço da Basf em São Paulo recebeu investimentos de R$ 6 milhões (Foto: Divulgação)

 

A Basf planeja ampliar seu programa de aceleração de startups ligadas ao agronegócio na América Latina. A expectativa é até o final de 2019 passando das atuais 420 para 500 empresas inscritas e de 12 para pelo menos 20 o número de empresas que receberam investimentos de acordo com as regras da iniciativa, chamada de AgroStart.

“O agro é celeiro de inovação. Cada vez mais, vamos ouvir sobre internet das coisas, big data, inteligência artificial, blockchain, que agregam no dia a dia do produtor”, analisa o diretor da área de agricultura digital para América Latina, Almir Araújo.

O programa de aceleração de startups agro começou em 2016 e agora está “ganhando corpo”, segundo o executivo. Entre as principais áreas de atuação, estão agricultura de precisão, gestão, drones e robótica, e a chamada economia compartilhada.

"Em julho, o programa vai passar por uma repaginação bem interessante. Estamos saindo de um programa de aceleração para a criação de uma plataforma mais robusta com uma série de recursos lá dentro", explica Araújo, sem dar detalhes.

Atualmente, 80% das empresas inscritas são brasileiras, mas há também de outros países. A escolha das startups é feita em rodadas anuais de seleção. A Basf faz a chamada e os interessados apresentam os negócios para avaliação. Segundo Araújo, está em andamento uma rodada na Argentina e estão sendo preparadas outras no México e no Chile.

O processo de aceleração dos escolhidos leva de quatro a oito meses. Se a empresa está em fase inicial (early stage), o aporte pode chegar a R$ 150 mil. Nas que passaram dessa fase, o investimento chega de duas formas. Uma é com o chamado smart money (que inclui iniciativas como orientação de negócios, acesso a mercados e contato com parceiros). Outra é com aportes de maiores volumes de recursos, via Basf Venture Capital, diz Araújo.

“Ainda não fizemos nenhum investimento desse tipo na América Latina, mas eles estão observando muito de perto esse cenário das agtechs”, garante.

Vantagem competitiva

Na visão da empresa, a aceleração de startups confere vantagens comerciais e competitivas. Uma delas é, nas palavras do executivo, é “compartilhar” o risco relacionado a produtos e serviços que não são o negócio principal. No caso da área agrícola, sementes e químicos.

Outra é a possibilidade de associar o seu portfólio ao que é oferecido pela parceira. Um fabricante de drones de pulverização de lavouras, por exemplo, testaria seu equipamento segundo os protocolos de aplicação de um defensivo produzido pela Basf. E essa combinação pode ser oferecida em condições vantajosas aos clientes.

“No momento que a gente acelera e desenvolve esse drone em laboratório, a gente cria algo personalizado e testado com nosso portfólio. Isso nos dá vantagem competitiva de oferecer isso no mercado de forma diferenciada. O produtor que adquire pode usar o produto que quiser, mas eu garanto uma aplicação de qualidade atestada”, explica Almir Araújo.

Araújo acredita em um “amadurecimento” no mercado das agtechs para daqui a pelo menos dois anos. O segmento deve passar por mudanças. Ele avalia que a tendência é de uma diversificação maior de serviços para o produtor rural. E, futuramente, uma consolidação de empresas.

“Ainda estamos aprendendo, mas é um processo natural. As agtechs vão começar a se consolidar e buscar uma integração, porque vai ser muito difícil para o produtor na ponta conseguir usar todas as ferramentas. E passam a se consolidar em prol de investimentos”, diz ele.

Espaço digital

Nesta quinta-feira (27/3), a Basf inaugurou, em São Paulo (SP), o Centro de Experiências Científicas e Digitais. É um ambiente aberto para atividades colaborativas da empresa com clientes, fornecedores, academia e possíveis parceiros para o desenvolvimento de soluções tecnológicas em diversas áreas. O investimento no espaço foi de R$ 6 milhões.

“É uma de muitas iniciativas na área de inovação. Esse espaço está conectado com a área de desenvolvimento e pesquisa da Basf”, afirmou Manfredo Rubens, presidente da Basf para a América do Sul, em encontro com jornalistas.
Source: Rural

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