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O clima irregular registrado em todas as regiões produtivas marcou a safra da soja (Foto: Ernesto de Souza/ Ed. Globo)

 

O Brasil vai colher 118 milhões de toneladas de soja na safra 2018/2019, de acordo com o levantamento realizado pelo Rally da Safra apresentado nesta quinta-feira (28/3) em São Paulo. O número revela uma queda de 3,3% em relação à safra do ano passado, quando foram colhidos 122 milhões de toneladas, de acordo com a Agroconsult, organizadora do Rally.

Segundo o sócio diretor da Agroconsult, André Pessoa, a safra no período foi de extremos. Houve diferenças acentuadas entre as regiões produtoras. “A safra começou com um plantio bem executado, com boa umidade do solo, ininterrupto e em prazo recorde. Também houve boa germinação e pouco replantio. Foi o melhor início de safra já registrado, mas o clima teve impacto em algumas lavouras mais precoces”, disse André, que é coordenador geral do Rally da Safra.

O clima irregular registrado em todas as regiões produtivas marcou a safra. Entre dezembro e janeiro o tempo seco e as temperaturas elevadas afetaram lavouras precoces especialmente no Oeste do Paraná e no sul de Mato Grosso do Sul. Mas a soja de ciclo tardio conseguiu recuperar as perdas em diversas regiões.

Estados como Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e o oeste do Paraná tiveram seus ciclos encurtados com a seca entre dezembro e janeiro. O efeito do clima se refletiu diretamente no peso médio dos grãos dessas regiões.

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Por outro lado, regiões com variedades tardias não tiveram problemas. É o caso de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, que deve colher a maior safra de sua história. Além dos estado do Sul, o nordeste também teve uma safra favorável, principalmente na região do Matopiba.

“O potencial da região é muito bom mas ela não vai repetir a safra do ano passado, quando teve o melhor desempenho da história”, disse André. Ainda assim, segundo o executivo, a Bahia também deve registrar a segunda maior safra de sua história.

Produtividade

Na média, a produtividade brasileira caiu de 57,9 sacas por hectare para 54,6 sacas.

No Matopiba a produtividade, que no ano passado foi de 66.6 sacas por hectare, caiu para 57 sacas. “São 10 sacas a menos, mas o número está longe de ser ruim. É o segundo maior já registrado na Bahia.”

Em Mato Grosso, o principal Estado produtor, também houve queda, mas a perda foi pequena. O Estado foi de 57,6 para 57,3 sacas por hectare. De acordo com André, o algodão plantado no início de janeiro compensa os sacos de soja a menos. “A safra do produtor é a safra de soja mais a de milho e mais a de algodão”, disse.

Revisão numérica

A queda na produtividade brasileira é explicada, em parte, pela revisão de todos os números de produção e produtividade dos rallies realizados desde 2014/2015. A medida foi tomada depois de divulgado o volume de exportações de soja do ano passado, quando foram embarcadas 83.4 milhões de toneladas. O número chamou a atenção das consultorias devido à inconsistências na oferta e na demanda.

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“Antes, nós descartávamos números excepcionais por considerá-los fora da margem, mas sabíamos que os números poderiam ser maiores”, disse André. “Por isso, revistamos todos os critérios metodológicos e, com base nos dados coletados em campo desde 2014/2015 elevamos todas as safras a partir de então. Assim, a média de produtividade da safra passada passou paa 57,9 sacas por hectare.

Ao todo, a área plantada corresponde a 36,4 milhões de hectares. Segundo o Rally, são 800 mil hectares a mais neste ciclo. O número representa um crescimento de 2,5% em relação à safra anterior.

Rally da Safra

Ao todo, os técnicos do Rally da Safra 2019 percorreram 14 Estados produtores, divididos em 12 equipes. Foram avaliadas 1.315 lavouras em Mato Grosso, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Maranhão, Piauí, Tocantins, Rondônia e Pará.

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Source: Rural

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