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(Ilustração: Bárbara Malagoli

 

O próximo ano deve ser de retomada para a C.Vale, cooperativa agrícola sediada em Palotina (PR) e que obteve o melhor desempenho na categoria Atacado e Varejo do Melhores do Agronegócio. Alfredo Lang, presidente da cooperativa, já vinha, há dois anos, alertando os associados que o momento era de cautela. “Foram períodos de grandes dificuldades nos setores de carnes, por exemplo, e a retomada econômica virá a partir de 2019”, diz ele, apontando “inúmeros” obstáculos para o crescimento: taxa de juros alta, encarecimento do frete, elevado índice de desemprego, baixo consumo interno, alta do dólar e a incerteza dos investidores quanto ao futuro do país. Mas ainda assim, em 2017 a C.Vale registrou um crescimento de 1,2% em suas vendas em relação ao ano anterior e a receita líquida chegou a R$ 6,829 bilhões, gerando sobras de R$ 20,2 milhões, parcialmente distribuídas aos seus 16 mil associados.  

Há 23 anos na presidência da C.Vale, cooperativa que atua em cinco Estados brasileiros e no Paraguai, Alfredo já sinalizava, no início deste ano, que a elevação nas cotações da soja e milho era boa para os agricultores associados, mas tornava mais difícil a vida dos produtores de frangos e suínos, que sofreriam com o encarecimento das rações. Meses depois, refletindo sobre o período em que a economia foi brutalmente afetada pela greve dos caminhoneiros (maio de 2018), alertou os associados para a importância da diversificação das atividades da cooperativa como estratégia de segurança operacional. “É importante colocar os ovos em mais de uma cesta, e essa estratégia vem sendo seguida há alguns anos”, diz ele.

Para 2019, período em que ele deseja retomar os investimentos que ficaram congelados nos anos anteriores, Alfredo espera ter alguma definição, “pelo menos sobre o custo do crédito no início do ano”, pontua. “Com as atuais taxas de juros e com tanta incerteza sobre a recuperação da economia, não tivemos como retomar os investimentos no ano passado e neste ano”, afirma o executivo.

Reflexo dessa atitude de cautela foi a retenção de uma parte das sobras do exercício de 2017 para cobrir despesas de custeio da cooperativa, que costuma buscar recursos para investimentos nas linhas oficiais de crédito. “Nossa estratégia para decidir investimentos leva em conta dois fatores principais: a disponibilidade de matéria-prima na região do investimento e a vocação dos produtores”, esclarece o executivo, lembrando que não adianta gastar fortunas em tecnologia e instalações para montar uma indústria num local onde os produtores rurais e fornecedores não têm aptidão natural para fornecer aquilo que se deseja.

Leia a reportagem completa no 14º Anuário do Agronegócio Globo Rural, disponível nas bancas e no Globo +.

 

 
Source: Rural

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