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A maior parte dos alimentos consumidos pelo peru é constituída por folhas verdes (Foto: Pixabay/PublicDomainPictures/Wikimedia Commons)

 

Os meses do final do ano são cruciais para o peru, ave que tem sua carne servida como prato principal no almoço de comemoração dos feriados do dia de Ação de Graças, data celebrada na quinta-feira da última semana de novembro, sobretudo nos Estados Unidos (Thanksgiving Day), e do Natal daqui. O fim do ano, contudo, não limita o período de bons negócios para o criador do animal, que ainda pode fornecer para frigoríficos uma proteína magra como matéria-prima para o processamento de embutidos para consumo diário.

Além de contar com o apelo de uma carne de baixo teor calórico, característica cada vez mais importante  quando se leva em conta o aumento da procura por alimentos saudáveis, a criação oferece ao produtor a possibilidade de comercializar as penas do peru, item usado por fabricantes no enchimento de almofadas, edredons e travesseiros. A atividade ainda pode ser fonte de renda para o investidor com a venda de matrizes para outros criadores e no aproveitamento do esterco para a adubação de plantios.

A ave se adapta a diferentes climas e ambientes (Foto: Pxhere/CreativeCommons)

O manejo do peru é outra vantagem da criação, pois a ave se adapta a diferentes climas e ambientes e não precisa de muito espaço para viver. A rusticidade e a resistência do animal também contribuem para facilitar a lida diária, embora seja necessário um cuidado especial nos primeiros dois a três meses de vida dos filhotes. Frágil nesse período, devido à baixa imunidade, o peru precisa em seus tratos de rigor na higiene do local e na alimentação.

A mistura amassada de quirera de milho, hortaliças, cebola e ovo cozido é recomendada para a ave nos dias que seguem ao do nascimento. A receita ajuda a cria a se fortalecer para enfrentar a “crise do vermelho”, doença à qual o peru fica vulnerável durante a fase de formação das carúnculas (verrugas), principalmente se exposto a sol intenso, vento forte, chuva e geada.

A maior parte dos alimentos consumidos pelo peru, no entanto, é constituída por folhas verdes. Elas representam cerca de 70% da dieta da criação e contribuem para o crescimento rápido do animal, que com cinco meses de idade pode ser enviado para o abate. Beneficiada pelos custos baixos das refeições, a atividade também se apresenta econômica na hora da chocagem dos ovos. Zelosas com os filhos, as peruas são dedicadas ao choco, descartando a necessidade de o criador investir na compra de chocadeiras.

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Apesar da importância de seguir um programa de aplicação de vacinas, tratos veterinários são raros e geram poucos gastos na criação de perus. Contudo, é importante lembrar que a mortalidade em sistemas de produção animal deve ser reportada aos profissionais dos serviços de defesa sanitária local ou ligados às Secretarias de Agricultura e Serviços de Extensão Rural.

Mãos à obra
>>> INÍCIO Com perus jovens ou adultos, facilita-se a atividade, pois não há preocupação com a fase mais delicada do manejo dos filhotes. Entre as raças puras domesticadas, existem bourbon vermelho, holandês branco e mamouth bronzeado e beltsville branco, que são mais adaptadas ao clima daqui. Do cruzamento das raças puras também há os perus caipiras, que são aves de qualidade e mais baratas.

>>> AMBIENTE Deve ser de baixa umidade, inclusive recomenda-se forrar o piso com serragem grossa ou palha seca. O material, que precisa ser trocado com regularidade, colabora para que os perus não tenham contato com os próprios dejetos. Não é indicado utilizar pó de serra, que pode provocar problemas respiratórios nas aves. Para evitar a possibilidade de os filhotes comerem as fezes depositadas no chão, mantenha-os em local suspenso, como gaiola ou área com o solo coberto com ripas de madeira.

>>> VIVEIRO Pode ser um abrigo rústico construído com sobras de tijolo, telha de barro, madeira e tela de arame disponíveis na propriedade. Duas paredes transversais devem ser de tela, enquanto outras duas de concreto ou madeira, para proteger a criação de ventos e frio. Uma alternativa ainda mais barata é aproveitar o canto de um muro com área ociosa de, pelo menos, 4 por 3 metros e 2 metros de altura.

>>> ACESSÓRIOS Como gostam de ficar no alto, disponibilize poleiros de madeira ou improvisados com galhos roliços de árvore, a 1 metro de altura do solo e distantes de 60 a 80 centímetros um do outro. Também de madeira, o ninho pode ser feito no local com 40 centímetros quadrados e 30 centímetros de altura. Preencha-o com palha ou capim seco.

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>>> CUIDADOS Incluem manter seco e limpo o viveiro, fazendo higienização do local com desinfetante. Mantenha a água dos bebedouros limpa e fresca, trocando-a, no mínimo, a cada dois dias. Lave os recipientes, nos quais pode haver restos de ração fermentados. A vermifugação do plantel deve ser realizada para proteção das aves contra verminose. No caso de ocorrência da “crise do vermelho”, solicite orientações a um médico-veterinário para tratamento com antibiótico.

>>> ALIMENTAÇÃO É à base de folhosas, com exceção da alface, que pode provocar diarreia na criação. Para uma nutrição balanceada, forneça ração de acordo com as fases de idade: inicial, para filhotes; de crescimento, para aves a partir de 30 dias de idade; e de postura, para as adultas. Sirva ainda milho (uma parte para duas de ração), restos de frutas, outras hortaliças cruas e ovos, cuja casca seca à sombra e triturada também pode ser consumida como suplemento de cálcio misturado à ração.

>>> REPRODUÇÃO Soma um total de quatro posturas ao ano, concentradas entre julho e setembro, a partir do oitavo mês de vida da fêmea. Cada acasalamento gera de 15 a 20 ovos. Ótimas mães e grandes no tamanho, as peruas chocam de 15 a 18 unidades de uma só vez. Os filhotes nascem após 28 dias.

RAIO X
Criação mínima: um casal
Custo: o casal tem preço a partir de R$ 300
Retorno: após 8 meses, idade em que as aves iniciam a procriação
Reprodução: de 15 a 20 ovos em cada uma das 4 posturas anuais

Onde adquirir: a Associação dos Criadores de Raça Pura (ABC Aves) dá indicação dos criadores cadastrados (ver endereço para correspondência acima)

Mais informações: João Germano de Almeida, criador e presidente da ABC Aves, tel. (11) 99135-2041; e Embrapa Suínos e Aves, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Caixa Postal 21, CEP 89700-000, Concórdia (SC), tel. (49) 3441-0400, embrapa.br/suinos-e-aves

* CONSULTOR: Maria Virgínia F. da Silva, da Associação Brasileira dos Criadores de Aves de Raças Puras (ABC Aves), Rua Ferrucio Dupré, 68, CEP 04776-180, São Paulo (SP), tel. (11) 5667-3495, abcaves.com.br
Source: Rural

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