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De acordo com a ONU, situação de insegurança alimentar ficou mais preocupante na África e América do Sul (Foto: DFID/CCommons)

 

A fome voltou a aumentar no mundo e atingiu 820,8 milhões de pessoas em 2017, o equivalente a 10,9% da população mundial. É o que mostra um relatório divulgado nesta terça-feira (11/9) pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), segundo o qual a situação piorou, especialmente em países da África e América do Sul.

“Instabilidade permanente em regiões de conflito, eventos climáticos adversos em muitas regiões do mundo e desacelerações econômicas que afetaram regiões mais pacíficas e pioraram a segurança alimentar. Tudo isso ajuda a explicar essa situação”, diz o comunicado da FAO. O número atual de pessoas em situação de segurança alimentar é semelhante ao de 2009.

O continente africano permanece como o que tem maior proporção de população com fome: 20,4%, com situação mais grave no leste e na parte central do continente. O índice anterior para a África, com base em dados de 2016, era de 19,7%, de acordo com o relatório.

Nas regiões da América do Norte e da Europa, a FAO registra índices inferiores a 2,5% de insegurança alimentar. Já na Ásia, os dados mostram uma leve oscilação para baixo entre 2016 e 2017, de 11,5% para 11,4% de população com insegurança alimentar. Na Oceania, o índice de fome passou de 6,6% para 7% da população.

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Na América Latina e Caribe, de modo geral, se manteve estável em 6,1% das pessoas em situação de insegurança alimentar. Enquanto no Caribe, o indicador mostra leve redução (de 17,1% em 2016 para 16,5% em 2017), na América Latina, houve oscilação para cima, de 5,3% para 5,4%, situação provocada pela porção sul-americana, onde a fome, que atingia 4,9% das pessoas, passou a atingir 5%.

Na avaliação de especialistas das Nações Unidas, os números evidenciam a necessidade de medidas urgentes para o cumprimento da meta de erradicar a fome até 2030. É preciso melhorar a coordenação entre governos e órgãos internacionais e implantar ações que fortaleçam a resiliência dos sistemas produtivos.

“Melhorar a coordenação entre órgãos internacionais e intergovernamentais, visando fortalecer as capacidades dos governos para que eles mesmos definam e implementem as políticas mais adequadas para a sua própria realidade. E implementar ações que fortaleçam a resiliência dos meios de subsistência e dos sistemas alimentares, inclusive as estratégias que visam a resiliência face aos eventos climáticos extremos”, diz a especialista da ONU, Anna Kepple, de acordo com o divulgado pela Organização.

Além da FAO, participaram da produção do relatório outras quatro agências da ONU: Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida), Programa Mundial de Alimentos, Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), e Organização Mundial de Saúde (OMS). Em comunicado conjunto, as instituições avaliam que os dados do relatório reforçam o alerta sobre a necessidade de ações contra a fome.

“São um sinal claro de que existe muito trabalho para ser feito para alcançar o objetivo de não deixar ninguém para trás em relação à segurança alimentar e nutrição”, dizem as agências, segundo nota divulgada pela ONU.
Source: Rural

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