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A onda de frio que atinge o Brasil esta semana deve deixar a salada mais cara nas regiões afetadas por geada e temperaturas negativas nos últimos dias. No cinturão verde de São Paulo, as perdas nas lavouras de folhosas chegam a 40%, segundo levantamento preliminar feito pelo Instituto Brasileiro de Horticultura (Ibrahort), sediado em Holambra, interior do Estado.

Plantação de hortaliças impactada por geada em Ibiúna, interior de São Paulo (Foto: Divulgação)

 

“O pessoal se preparou bastante para combater a geada com fumaça, pó de serra e salitre do chile, mas isso funciona com temperaturas até -2°C. Abaixo disso não tem controle. Congela o tecido [celular das plantas] e não tem o que fazer”, explica Manoel Oliveira, Diretor Executivo do Ibrahort. Segundo ele, as áreas de baixada junto às regiões serranas do Estado foram as mais atingidas, com temperaturas que chegaram a -9°C nesta madrugada.

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Para a produção de batata, a previsão é de perdas de até 30% onde a cultura encontra-se em fase de colheita e mais exposta ao frio. “A batata que está no solo consegue ainda com temperaturas até 2°C a 3°C não ter tanto impacto. Mas na região da Serra da Mantiqueira, produção de folhosas, brócolis, onde teve baixada teve geada”, comenta Oliveira ao destacar que apenas na segunda feira será possível ter uma dimensão mais exata das perdas.

No caso do tomate, cujos pés são mais sensíveis ao frio, o diretor-executivo da Ibrahort afirma que a onda de frio deve acentuar o abandono da cultura este ano, quando os altos custos de produção desestimularam o plantio. Em Conchal, as perdas chegam a 50% de perdas, segundo o executivo.

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“Nós temos relatos de produtores que plantaram 400 mil pés de tomate e perderam 180 mil. A perda foi grande. Então, é um momento difícil para hortaliças, que tem uma estrutura familiar. Embora o setor tenha resiliência gigantesca, infelizmente tem muito produtor parando de produzir”, explica Oliveira ao destacar uma queda de 15% no plantio de tomate desde o ano passado em decorrência do aumento nos custos de produção.

Com um plantio distribuído em diferentes regiões do país, a avaliação do diretor executivo do Ibrahort é de que não haja desabastecimento por conta das perdas geradas pela geada, mas ele lembra que os efeitos sobre a oferta e os preços locais serão inevitáveis. “Desabastecimento eu não acredito. Agora alteração de preços, infelizmente, isso vai acontecer. Algumas culturas mais, outras menos, mas o impacto a gente já vai conseguir perceber no começo da próxima semana”, completa Oliveira.

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Source: Rural

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