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O mercado de fertilizantes especiais faturou no ano passado mais de R$ 10 bilhões, um aumento de 41,8% em relação aos R$ 7,1 bilhões de 2019.

Os dados foram apresentados nesta terça-feira (27/7) durante o lançamento do Anuário Brasileiro de Tecnologia em Nutrição Vegetal 2021, uma publicação da Associação Brasileira de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo).

Terra adubada nas mãos de produtora rural (Foto: iStock/Mapa/Divulgação)

 

Segundo o documento, o segmento de fertilizantes minerais cresceu 31,89%, fechando com faturamento de R$ 7,56 bilhões, seguido pelos fertilizantes organominerais, com R$ 1,96 bilhão (alta de 80,5%) e orgânicos, com R$ 615 milhões (alta de 90,1%).

Quatro fatores foram apresentados para explicar o desempenho do setor em 2020: a maior adoção desses produtos pelos agricultores, alavancada pela expectativa de boa rentabilidade; a relação de troca favorável ao produtor na compra de insumos; a agregação de valor aos produtos em decorrência da evolução tecnológica; e o reajuste nos preços de venda ocasionados pelo aumento de preços das matérias-primas, insumos e serviços.

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Conforme o conselheiro da Abisolo e diretor geral da Timac Agro, Alessandro Olinda de Souza Mesquita, dentre os fatos marcantes em 2020 no segmento de fertilizantes especiais, o que mais se destacou foi a forte antecipação de compras de insumos pelos agricultores.

“Esta estratégia impactou positivamente os resultados de crescimento do setor em 2020. O aquecimento do mercado futuro das commodities como soja, milho, café dentre outras e a expectativa de bons preços têm levado muitos agricultores a 'travar' seus contratos de venda, visando assegurar a rentabilidade da produção.”

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Segundo ele, a relação de troca entre o valor do fertilizante e o valor da saca do produto agrícola tende a se manter favorável também em 2021. A cultura da soja segue como a maior consumidora do setor, responsável por 46,7% das vendas. Na sequência, estão o café (10,7%), o milho (10,6%), cana-de-açúcar (9,6%), frutas (8,4%) e hortaliças (5,9%).

São Paulo continua liderando o ranking dos Estados que mais usam fertilizantes especiais, seguido por Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná e Goiás.

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O setor elevou também o investimento em pesquisa e desenvolvimento, totalizando R$ 349 milhões ante os R$ 211 milhões do ano anterior. Segundo a Abisolo, nos últimos seis anos, as empresas investiram, em média, 4,17% do faturamento em P&D.

Alexandre D'Angelo, gerente executivo da Abisolo, diz que, para este ano, a expectativa do setor é de um crescimento de cerca de 24%. “Esse valor pode ser superior caso alguns fundamentos se confirmem como, por exemplo, a antecipação de compras de insumos, que mesmo não sendo constante, pode se manter com a conjuntura de bons preços e alta demanda por alimentos”, disse.

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Segundo ele, os níveis de confiança do setor alcançaram um otimismo em diversos aspectos, excetuando-se os aspectos ligados à confiança nas políticas públicas, expectativa da economia nos próximos 12 meses e o comportamento da taxa de câmbio.

O presidente do Conselho Deliberativo da Abisolo, Clorialdo Roberto Levrero, destacou a preocupação do setor com um possível aumento da carga tributária sobre o agro, setor que  demonstra o tempo todo, em suas palavras, ser a “galinha dos ovos de ouro”.

“Diferentemente do que muitas pessoas pensam, o produtor de alimentos não forma preço. O que forma preço é a oferta e a procura. Por isso, dizer que aumento de tributos causa inflação pode ser uma interpretação frágil. Se o Estado aumenta tributos, a indústria repassa para o preço dos insumos e o produtor, que não tem esta possibilidade, paga a conta.”

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Source: Rural

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