Acreditando em uma queda das taxas de juros em 2023, o banco Santander está adotando a estratégia de oferecer crédito pós-fixado para seus clientes no agronegócio. A avaliação do banco é de que exista uma expectativa de controle da inflação nos próximos meses, o que tende a levar o Banco Central a reduzir a taxa Selic no ano que vem.
Leia também: Crédito rural: com alta dos juros, produtor deve ter cautela ao financiar safra
Para Ricardo França, superintendente de agronegócios do Santander, crédito a juros pré-fixado "não faz sentido" neste momento (Foto: Divulgação)
“O mercado precifica mais 25 pontos (de alta da Selic) no máximo, muitos bancos já precificam que chegamos no teto, já vimos um pouquinho da inflação ceder. Então, esse remédio que a gente vem dando, já fez a inflação ceder”, destacou superintendente regional de Agronegócios do Banco Santander Brasil, Ricardo França, durante evento de apresentação dos resultados do Rally da Safra, organizado pela Agroconsult, na terça-feira (21/6).
saiba mais
Plano Safra 22/23: Ministro fala em até R$ 23 bi para equalizar juros e manter subsídios
“Olhando um custo de 13,25%, se a gente olhar um spread de 3,5% a 4%, que é o que os bancos cobram hoje, a gente está olhando para uma taxa hoje de 16,17% se tomar pré-fixado. Mas isso pode voltar a ser 15% no ano que vem”, avalia o executivo.
▶️ Globo Rural está na Rádio CBN! Ouça o boletim de hoje
França lembrou ainda que no início da safra 2021/22, quando a taxa básica de juros ainda estava abaixo de 5%, o banco adotou a estratégia inversa, oferecendo crédito a juros pré-fixados. “Agora não faz sentido entrar numa taxa pré-fixada. É um ano de eleição, atípico, é um ano de mudanças e o mercado já precifica muito bem essa Selic”, afirmou o executivo.
saiba mais
Alta de juros e suspensão do crédito controlado preocupam agronegócio
A previsão do Santander, segundo França, é de uma Selic de 9% em 2023, o que o leva a crer num Plano Safra com taxa de juros no mesmo patamar, de 9,5%. “Se vier um recurso obrigatório a 9,5% e vier uma Selic a para 2023 a 9%, vai ficar muito bom de ambos os lados e acredito que recurso dos bancos vai fazer mais sentido que o obrigatório”, observou o superintendente de Agronegócios do Banco Santander Brasil, ao pontuar que os recursos livres, embora mais caros, têm uma contratação mais rápida e menos burocrática.
Source: Rural