O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta sexta-feira (10/6), que o Brasil não necessita da Amazônia para expandir o agronegócio e que, sem a produção brasileira, parte do mundo passaria fome. Ele fez a declaração ao discursar na reunião plenária da Cúpula das Américas, em Los Angeles, nos Estados Unidos.
"Sem o nosso agronegócio, parte do mundo passaria fome. O Brasil não apenas evitou uma crise alimentar, ao garantir acesso a fertilizantes, mas também desempenhou um papel de liderança na busca de soluções internacionais em favor da segurança alimentar", disse.
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Presidente Jair Bolsonaro discursa na Plenária da Cúpula das Américas (Foto: Reuters)
Bolsonaro afirmou que a produção agropecuária brasileira responde pela alimentação de mais de um bilhão de pessoas. Segundo ele, o Brasil é o país que mais preserva o meio ambiente e tem a matriz energética mais limpa no mundo. Ao citar a Amazônia, disse que os desafios do país são proporcionais ao seu tamanho e que o governo reforçou ações de combate ao desmatamento na região.
"Nenhum país possui uma legislação ambiental tão completa e restritiva. Nosso Código Florestal deve servir de exemplo para outros países. Afinal, somos responsáveis pela emissão de menos de 3% de carbono do planeta", disse. "Mesmo usando apenas 27% do nosso território para agricultura e pecuária, somos uma potência agrícola sustentável. Não necessitamos da região amazônica para expandir nosso agronegócio", acrescentou.
Ainda durante seu pronunciamento, Bolsonaro destacou iniciativas como o programa Metano zero, anunciado recentemente pelo Ministério do Meio Ambiente. A meta é reduzir em 30% as emissões brasileiras do gás, que tem potencial poluente maior que o do dióxido de carbono. Disse ainda que 85% da matriz energética do Brasil vem de fontes renováveis. "Neste momento, em que países desenvolvidos recorrem a combustíveis fósseis, o Brasil assume papel fundamental como fornecedor de energia totalmente limpa", acrescentou.
Américas e Biden
Presidentes Jair Bolsonaro e Joe Biden, em encontro bilateral (Foto: Reuters)
O presidente brasileiro disse ainda que o país está atento aos problemas econômicos, como a inflação e desemprego; além de ameaças à liberdade de expressão, trabalho e culto religioso. Ressaltou que o Brasil tem concedido vistos humanitários para estrangeiros de diversas nacionalidades e defendeu a integração para o crescimento nas Américas.
"O Brasil se engajou fortemente no processo negociador das declarações a serem discutidas e aprovadas nesta Cúpula. Vamos trabalhar juntos para que essas propostas conduzam a novas agendas de cooperação para o desenvolvimento econômico", afirmou.
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Dirigindo-se aos presidentes do Paraguai, Mario Abdo Benitez, e da Argentina, Alberto Fernandez, Bolsonaro ressaltou o potencial de exploração da piscicultura no lago de Itaipu; e reafirmou o compromisso com os argentinos no setor de gás, mas ponderou que o Brasil não deixará de importar o produto da Bolívia.
Bolsonaro também destacou o encontro bilateral que teve com o presidente americano Joe Biden, na quinta-feira (9/6). De acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, os dois enfatizaram, entre outros assuntos, a importância da cooperação entre Brasil e Estados Unidos em áreas como segurança alimentar e desenvolvimento sustentável.
"Senti do presidente Biden muita sinceridade e muita vontade de resolver problemas que fogem da responsabilidade de cada um de nós, mas juntos, poderemos buscar alternativas", disse Bolsonaro, na Cúpula das Américas. "A experiência de ontem (quinta-feira) com o presidente Biden foi simplesmente fantástica. Estou maravilhado e acreditando nas suas palavras e naquilo que foi tratado reservadamente entre nós", acrescentou.
O presidente brasileiro fez ainda menção ao desaparecimento do jornalista britânico Dom Philips e do indigenista brasileiro Bruno Araújo, na região amazônica. Afirmou que, desde o primeiro momento, as Forças Armadas do Brasil e a Polícia Federal têm se destacado nas buscas. "Pedimos a Deus que sejam encontrados com vida", disse Bolsonaro.
Source: Rural