O governo do presidente norte-americano Joe Biden provavelmente aumentará de forma retroativa os mandatos de mistura de etanol referentes a 2021, acima do volume proposto em dezembro, para se alinhar ao consumo dos EUA, de acordo com duas fontes informadas sobre a decisão. A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês), que administra o Padrão de Combustível Renovável do país (RFS, na sigla em inglês), deve divulgar uma regra final sobre os mandatos de mistura de biocombustíveis até sexta-feira. Ele cobrirá 2022, bem como os anos de 2020 e 2021 retroativamente.
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Usina de etanol de milho em Windsor, Colorado. Governo dos Estados Unidos estuda retomar níveis mais altos de mistura de etanol na gasolina (Foto: REUTERS/Rick Wilking)
Funcionários do governo se reuniram na Casa Branca na terça-feira (31/5) para revisar as opções para os mandatos, que estão sendo definidos de forma retroativa devido a interrupções causadas pela pandemia da Covid-19, de acordo com as fontes. A reunião ressalta as implicações políticas da próxima decisão, que impactará os preços de combustíveis e alimentos em meio a uma máxima de 40 anos nas taxas de inflação.
Em dezembro, a EPA propôs que as refinarias misturassem 13,32 bilhões de galões de etanol ao pool de combustíveis, uma medida que irritou os legisladores do cinturão agrícola e a indústria, que consideraram o patamar muito baixo. Dados federais recentes mostram que o consumo de etanol nos EUA está em cerca de 13,94 bilhões de galões.
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Uma decisão final ainda não foi tomada, disseram as fontes. Procurados, a Casa Branca e a Agência de Proteção Ambiental, que administra os mandatos, não comentaram imediatamente o assunto.
De acordo com o RFS, as refinarias devem misturar bilhões de galões de biocombustíveis ao pool de combustíveis do país ou comprar créditos negociáveis daqueles que o fazem. A regra tem sido um ponto de discórdia entre os poderosos lobbies do petróleo e do milho. Embora os mandatos tenham criado um mercado multibilionário para produtores de milho e de etanol, as refinarias comerciais alegam que os requisitos são caros e ameaçam tirá-los do mercado.
O governo não deu nenhuma indicação de que planeja mudanças drásticas em suas propostas de 2020 e 2022, disseram as fontes.
Source: Rural