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Há anos o Brasil se tornou vitrine de uma produção tecnificada, amparada por ciência e tecnologia de vanguarda, que busca produzir mais, em um mesmo espaço, mantendo suas reservas e recuperando solos improdutivos, com metodologias desenvolvidas por entidades de pesquisa, que fazem do agronegócio uma referência internacional.

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Vozes do Agro (Foto: Estúdio de Criação)

 

Apesar de uma imagem duvidosa circular em alguns grupos sociais, locais e internacionais, pontuando a agricultura nacional como vilã, contestar essa imagem também se tornou mérito do produtor rural brasileiro, que passou a abraçar dados acadêmicos, capazes de derrubar argumentos vazios e discursos fáceis sobre o atual sistema de produção.

São número que dimensionam o percentual de preservação do agro brasileiro, somados ao avanço da produção, em detrimento à manutenção da área dedicada a determinadas culturas, que desenharam até aqui a eficiência da agricultura brasileira. E se não fosse a pandemia e questões políticas internacionais, esta agricultura estaria produzindo comida cada vez mais barata, cumprindo seu papel social, gerando emprego e renda dentro e fora de milhares de porteiras.

Sarrafo mais ao alto, agora é hora de mensurar o sequestro de carbono e seguir comprovando eficiência. A BASE Agro – Brasil Agro Society Environment, que trabalha pelo avanço sustentável da agricultura, defendendo o desenvolvimento de um sistema intensivo de produção, e para isso, diversas formas de sequestro de carbono são colocadas à mesa: seja por plantio direto, com rotação de culturas, cultivo de milho consorciado com braquiária, sempre vinculando os resultados sustentáveis, à pesquisa.

Segundo entidades representativas, como a Aprosoja/MS, há diversas formas e ferramentas para medição dos indicadores de sequestro e emissões de Carbono equivalente (CH4 e N2O). E devem ser usadas para medir a capacidade do solo protegido com culturas de alta performance, associado a coberturas verdes, durante ou após as colheitas, protegendo o solo, mitigando perdas advindas de fertilizantes nitrogenados e calcário, e adicionando carbono através de matéria orgânica. Alcançando assim, com a colaboração climática, a neutralidade efetiva entre emissões e sequestro.

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É a partir dessas BPAs – Boas Práticas Agrícolas – que serão consolidados manejos sustentáveis, capazes de tornar o ambiente de produção mais resiliente às intempéries climáticas, diminuindo os riscos e aumentando produtividade.

Ao produtor, então, fica a tarefa de seguir melhorando ao máximo seu sistema de produção, tornando-o cada vez mais intensivo e integrado, buscando suas métricas de balanço de carbono, incentivado pelas multinacionais e bancos com suas certificadoras e, de forma voluntária, buscar alguma adição de valor aos seus produtos a partir de uma premiação, uma vez que empregadas essas técnicas, os grãos deixam de ser commodities, e devem obter valor agregado ou pelo menor deveria obter a redução de custos, com insumos, juros, ou qualquer outro meio.

A importância aqui é gerar alimento, a menor custo, de forma sustentável, baseado na ciência e com métricas que as justifiquem. Isso tira totalmente a agricultura de um cenário acuado que já ocupou um dia, oficializando o protagonismo, a partir de uma produção de respeito, ambiental, social e econômico.

*André Dobashi, Charles Peeters , Deborah Araújo – Integrantes da BASE – Brasil Agro Society Environment

**As ideias e opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva de seu autor e não representam, necessariamente, o posicionamento editorial da revista Globo Rural

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Source: Rural

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