Depois de zerar as tarifas de importação de café, óleo de soja, macarrão e outros itens para favorecer a entrada de produtos e evitar que os preços subissem mais para os consumidores brasileiros, o Governo Federal decidiu ampliar a medida e reduzir o imposto sobre a importação de arroz, feijão e carne.
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Plantação de arroz em Rio Verde (GO) (Foto: Divulgação)
O objetivo é o mesmo: reduzir o preço, mesmo que isso não tenha acontecido com a maior parte dos produtos que já estão nesta lista, como é o caso do queijo. Esse setor conseguiu, inclusive, com o apoio da bancada ruralista, reverter essa decisão depois de uma mobilização de quase dois meses e o imposto de 18% voltou a valer sobre os importados.
A notícia de uma nova redução de 10% na tarifa de arroz, feijão e carne surpreendeu novamente os produtores rurais, uma vez que quem acompanha de perto o mercado já viu que isso não tem surtido muito efeito e, pelo contrário, tem gerado mais competição com o produto nacional.
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Alexandre Azevedo Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), estado que mais produz arroz no Brasil, disse que a medida traz mais um desestímulo aos produtores de arroz, que já estão enfrentando um forte aumento nos custos de produção com preços abaixo dos esperados. Ele acredita, inclusive, que o plantio de arroz no Brasil deve ser reduzido ainda mais do que já era previsto por causa dessa medida.
O presidente do Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), Marcelo Lüders, não acredita em desestímulo à produção, mas pontua que o efeito de redução sobre os preços não deve acontecer, uma vez que, atualmente, não há de onde trazer o feijão de fora do Brasil a não ser da Argentina, que já tem tarifa zero para vender o Brasil.
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Source: Rural