A exportação do milho do Brasil à China, após a conclusão de um protocolo entre os governos dos dois países nesta semana, ainda requer um acordo sobre equivalência de transgênicos para ser finalmente viabilizada, afirmou a associação de produtores Abramilho nesta quarta-feira (25/5).
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O Brasil deverá colher uma safra recorde em 2021/22 e teria excedente para exportar cerca de 30 milhões de toneladas no ciclo (Foto: REUTERS/Daniel Acker)
Os chineses têm interesse em realizar acordo de equivalência regulatória de milho transgênico para permitir comércio, até porque já teriam feito compras antecipadas do cereal brasileiro para embarque em setembro, segundo o diretor-executivo da Associação Brasileira de Produtores de Milho (Abramilho), Glauber Silveira.
Ele destacou que o Brasil deverá colher uma safra recorde em 2021/22 e teria excedente para exportar cerca de 30 milhões de toneladas no ciclo para todos os destinos, podendo assim atender demandas da China.
"Com a evolução do protocolo, ótimo. Agora o segundo passo é aprovação das biotecnologias, o que precisa ter maior agilidade", disse ele, à Reuters.
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Silveira explicou que a China importa transgênicos aprovados em outros países semelhantes aos existentes no Brasil, mas mesmo assim é preciso um acordo de equivalência de biotecnologia.
O protocolo entre os dois países, cuja negociação foi concluída esta semana e deve ser assinado nas próximas semanas, ocorre com a China buscando substituir o milho que normalmente buscaria na Ucrânia, um importante exportador global.
A guerra na Ucrânia interrompeu embarques do país da região do Mar Negro e afetou o comércio global, com importadores lutando por origens alternativas.
Na véspera, o diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sergio Mendes, disse à Reuters que seriam necessários cerca de três meses para o governo brasileiro revisar os requisitos fitossanitários para exportar milho para a China antes de os embarques começarem efetivamente.
Silveira avalia que o acordo sobre equivalência não deve demorar.
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"Quando a China quer alguma coisa, se as multinacionais dela, a Cofco, querem… tudo é mais ágil quando a China precisa", opinou.
Ele disse não ter informações sobre volumes que teriam sido negociados com os chineses. Não foi possível confirmar essa informação imediatamente.
Procurado, o Ministério da Agricultura não comentou o assunto imediatamente.
A Abramilho disse que encaminhou correspondência ao Ministério da Agricultura cumprimentando a pasta pelo avanço no protocolo com o governo chinês.
Na carta, assinada pelo ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, a entidade pontuou que a concretização deste fluxo de exportações requer a equivalência regulatória dos eventos biotecnológicos da produção nacional em linha com o que é autorizado para importação por parte de Pequim.
"Neste sentido, a Abramilho sugere aproximação ainda maior entre o Ministério da Agricultura e a CTNBio com o Itamaraty e as embaixadas do Brasil na China e da China no Brasil, com o objetivo de ampliar a interlocução com as autoridades chinesas…", afirmou a Abramilho em nota.
Silveira disse ainda que o acordo com os chineses deverá lembrar o mercado interno da importância de fechar negócios antecipadamente para a garantia da oferta para a indústria de carnes.
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Source: Rural