Os criadores de suínos do Brasil desde o ano passado enfrentam uma crise de custos que inviabiliza a produção, levando muitos deles a desistir da atividade. O Conselho Monetário Nacional (CMN) ampliou para um prazo de até 2 anos o pagamento de financiamentos contratados no crédito rural até dezembro deste ano. Essa medida anunciada pelo governo federal é voltada apenas para os criadores independentes, sendo inválida para quem está associado a alguma cooperativa ou tem contrato de fornecimento de animais para as indústrias de carnes.
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Criação de suínos em Yaji, ChinA (Foto: REUTERS/Thomas Suen)
Um levantamento feito em conjunto pelas Federações de Agricultura e Pecuária de diversos estados aponta que a dívida dos suinocultores independentes nos bancos é de cerca de R$ 3,5 bilhões. Com essa resolução do govern, os criadores poderão ter acesso ao crédito de custeio da atividade com mais prazo para pagar. Entretanto, isso não resolve a crise de mercado. O problema deste segmento é que os preços de soja, milho e farelo de soja, utilizados na alimentação dos animais, subiram muito. Outros insumos importantes para manter as criações bem alimentadas e saudáveis também sofreram aumento.
Já os preços pagos aos produtores pelo quilo da carne de porco não acompanharam a alta, pelo contrário, caíram. Apenas mais recentemente alguma demonstração de reação dos preços começou a surgir. O quadro reflete uma redução das compras da China, o maior consumidor de carne de porco do mundo. A China passou por um problema de peste suíno-africana na que dizimou boa parte dos animais. De um ano para cá, a China começou a investir pesado na reposição desses animais sacrificados e reduziu, portanto, as suas compras dos países que estavam fornecendo carne de porco, como o Brasil. Com isso, está sobrando carne suína no mercado, o que acaba pressionando os preços.
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Source: Rural