Da tigelas de carne em Tóquio ao frango frito em Londres, os consumidores estão começando a sentir o impacto do aumento de custos que se dissemina pela economia global.
A retomada da atividade econômica na esteira das restrições do coronavírus expõe a escassez na cadeia de suprimento, e empresas correm para encontrar empregados, navios e até combustível para impulsionar fábricas, o que ameaça a recuperação.
Contêineres parados no porto de Felixstowe, Reino Unido (Foto: REUTERS/Hannah McKay)
O maior produtor de frangos do Reino Unido alertou que a farra de 20 anos de comida barata está chegando ao fim e que a inflação dos preços de alimentos pode atingir dois dígitos.
Enquanto emerge do Brexit e da Covid, a quinta maior economia do mundo enfrenta uma escassez aguda de trabalhadores em depósitos, caminhoneiros e açougueiros, o que exacerba as pressões em cadeias de suprimento globais.
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"Os dias em que se podia alimentar uma família de quatro com um frango de três libras esterlinas (4 dólares) estão chegando ao fim", disse Ranjit Singh Boparan, proprietário do 2 Sisters Group.
Mesmo no Japão, onde o crescimento fraco não eleva em demasia os valores de muitas coisas há décadas, incluindo os salários, consumidores e negócios estão enfrentando um choque de preços de itens básicos, como café.
O núcleo da inflação ao consumidor japonês só parou de cair em agosto, encerrando um período deflacionário de 12 meses. Economistas e autoridades acreditam que verão os aumentos de preços recentes refletidos em dados oficiais nos próximos meses.
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Com banqueiros centrais em todo o mundo em alerta e a inflação na Espanha, Irlanda e Suécia batendo máximas de 13 anos, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, repetiu que não há sinais de que o recente aumento esteja se incorporando aos salários.
"O impacto desses fatores deve sair das taxas anuais de preços ao longo do próximo ano, amortecendo a inflação anual", afirmou.
A inflação da zona do euro deve atingir 4% antes do fim do ano, o dobro da meta do BCE, e um número crescente de economistas veem que os preços permanecerão acima da meta durante 2022.
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Nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden pediu na quarta-feira que o setor privado ajude a amenizar os entraves na cadeia de oferta que estão ameaçando afetar as comemorações de fim de ano no país.
Biden disse que o porto de Los Angeles se unirá ao porto de Long Beach para ampliar operações 24h para descarregar cerca de 500 mil contêineres, enquanto Walmart, Target e outros grandes varejistas expandirão suas operações noturnas para tentar atender as necessidades de entrega.
Agora que o inverno se aproxima do hemisfério norte, as perspectivas pioram devido à redução no fornecimento de energia. O tempo frio no norte da China fez os preços do carvão se aproximarem de recordes, e usinas de energia estão armazenando combustível para amenizar uma crise energética que insuflou a inflação ao produtor a uma máxima em setembro de pelo menos 25 anos.
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A crise energética, causada pela falta de carvão, preços altos dos combustíveis e aumento da demanda industrial pós-pandemia interrompeu a produção em várias fábricas chinesas, incluindo fornecedoras de grandes marcas globais como a Apple.
Há poucos sinais de qualquer alívio nos custos de energia, com os futuros do petróleo tipo Brent acima de 84 dólares o barril nesta quinta-feira, uma vez que as expectativas de que o aumento dos preços do gás natural irá provocar uma mudança para o petróleo para atender às necessidades de aquecimento no inverno impulsionou a demanda.
"Preços mais altos da energia também estão se somando às pressões inflacionárias que, junto com a escassez de energia, podem levar a uma menor atividade industrial e à desaceleração da recuperação econômica", disse a Agência Internacional de Energia (AIE)
Source: Rural