A Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) de São Paulo e o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) firmaram, na terça-feira (5/10) acordo para estimular o desenvolvimento sustentável da citricultura, por meio do Projeto Citrus SP Sustentável. O trabalho conjunto será realizado ao longo de cinso anos, com o objetivo de auxiliar citricultores no combate às pragas e doenças dos citros, com destaque para o greening, considerado a maior ameaça fitossanitária à citricultura mundial.
A parceria busca capacitar pequenos e médios citricultores com intercâmbio de resultados de pesquisa, transferência de novas tecnologias e troca de experiências. Estão previstos projetos educativos, realizados pela Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS) e Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) juntamente com o Fundecitrus.
Laranja (Foto: Pixabay)
O cinturão citrícola, que abrange São Paulo e Triângulo e Sudoeste de Minas Gerais, é a principal região produtora do Brasil. Na região, a citricultura gera cerca de 200 mil empregos diretos e indiretos e mantém 182 mil hectares de mata preservada, destaca o comunicado do Fundecitrus, lembrando também que, recentemente, o Governo de São Paulo anunciou a redução do ICMS sobre o suco de laranja.
Para o secretário estadual de Agricultura, Itamar Borges, a parceria ajuda a fortalecer o setor, importante sob os aspectos econômico, social e ambiental. “Este é um passo importantíssimo para atuarmos juntos na conscientização, orientação e combate ao greening. O nosso propósito é um só, é fortificar a citricultura, apoiar o produtor e gerar emprego e renda”, disse ele, de acordo com o divulgado pelo Fundecitrus.
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O presidente do Fundo de Defesa da Citricultura, Lourival Monaco, diz que as ações conjuntas devem fortalecer ainda mais a citricultura paulista. “As medidas estabelecidas visam ao desenvolvimento sustentável do setor e serão importantes para conter o avanço do greening, respeitando as características das regiões do ponto de vista edafoclimático, cultural, social e fitossanitário”, afirma.
Combate ao greening
A ênfase ao greening não é por acaso. A doença não tem cura e causa sérios danos à produção, com diminuição da produtividade e da qualidade dos frutos. De acordo com levantamento anual realizado pelo Fundecitrus, o greening está em 22,37% das laranjeiras do cinturão citrícola, o que equivale a mais de 43 milhões de árvores. Em relação a 2020, a incidência cresceu 7,2%. Este é o maior patamar desde sua identificação no Brasil, em 2004, e também é o quarto salto consecutivo da doença.
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O presidente do Fundecitrus ressalta que a incidência média não é o melhor indicador da gravidade do problema, pois existem regiões bastante críticas, onde a incidência de plantas doentes ultrapassa os 50%, e também regiões menos afetadas e mais controladas.
“Temos que estender a todas as regiões o manejo integrado do greening para manter a eficácia de um controle que tem mostrado sucesso onde é incorporado às tecnologias operacionais e fitossanitárias”, afirma Monaco.
Source: Rural