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(Foto: Fernando Martinho/Ed. Globo)

 

O retorno dos Estados Unidos ao bloco de países que aderiu ao Acordo de Paris gera impacto global, inclusive em solo brasileiro. A eleição de Joe Biden para a presidência dos Estados Unidos recolocou o carbono como pauta prioritária na mesa dos líderes mundiais — que têm nas mãos o desafio de ampliar mercados, retomar o desenvolvimento econômico no contexto da pandemia e preservar o ecossistema.

Para o democrata, o aquecimento global é uma ameaça à humanidade. Para o Brasil, a agenda ambiental dos EUA movimenta o cenário dos negócios no campo, principalmente no que se refere aos setores de alimentos, biocombustíveis, etanol e soja.

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O grande compromisso conjunto é zerar taxas de emissão líquida de carbono até 2050. Os mais ambiciosos falam em 2035. A missão é árdua, e não há tempo a perder. Tornam-se cada vez mais visíveis problemas como o aumento da temperatura média dos oceanos e da atmosfera próxima à superfície terrestre, que derrete geleiras e eleva o nível dos mares.

É preocupante a mudança no regime de distribuição de chuvas e a frequência daquilo que os meteorologistas chamam de “eventos climáticos extremos”, como secas, enchentes e furacões. Todas as culturas são afetadas quando a natureza responde com hostilidade.

Com inteligência e tecnologia, o campo vem fazendo sua parte para reduzir as emissões de gases, mas é possível avançar. A adoção de boas práticas para o uso eficaz do solo e o melhor manejo, visando ao sequestro de carbono, será fundamental para que a produção de alimentos se mantenha de forma assertiva.

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Plantio direto, rotação de culturas e agricultura digital poderão em breve credenciar o setor a vender créditos de carbono no mercado internacional. Eis um nicho que movimenta milhões na Europa e, em breve, trará dividendos aos produtores brasileiros que se anteciparem. Outra frente é a da inteligência artificial, buscando aumentar a produtividade das lavouras sem a necessidade de expandir a área plantada.

O setor primário se encontra em um momento único na história. Nossa agricultura já ganhou muito terreno com tecnologia e inovação. E, a partir dessa base firme, reúne condições para evoluir ainda mais.

Cada produtor deve adotar as melhores práticas e contribuir para que as futuras gerações tenham espaço para plantar, colher e produzir de forma cada vez mais sustentável. É bom para o produtor. É bom, também, para o mundo!

*Rodrigo Dias é agrônomo e CEO da agtech ConnectFarm

As ideias e opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do seu autor e não representam necessariamente o posicionamento editorial da Revista Globo Rural.
Source: Rural

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