(Foto: Divulgação/Cooxupé)
A produção agroindustrial do Brasil apresentou crescimento de 3,8% em maio, após queda de 16,8% registrada no mês de abril, segundo o Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro) medido pelo Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro). Segundo a FGV Agro, o indicador demonstra que abril foi o mês com os maiores impactos econômicos gerados pela pandemia do coronavírus.
"Apesar dessa expansão na comparação mensal, é importante ressaltar que o mês de abril foi marcado por uma contração da atividade econômica, em decorrência da adoção de medidas mais rígidas de restrição de circulação de pessoas", afirmou a instituição, em seu relatório.
Entre abril e maio, setores importantes da agroindústria apresentaram crescimento, como produtos alimentícios e bebidas (4,2%), assim como os produtos não-alimentícios (8,6%).
Comparativo anual
Na comparação entre maio deste ano com o mesmo mês do ano passado, entretanto, o resultado da agroindústria ainda é 11,8% negativo. Segundo a FGV Agro, isso se deve, principalmente, pelo segmento de produtos não-alimentícios, que teve recuo de 23,9%, e por produtos alimentícios e bebidas, com queda de 0,6%.
No setor não-alimentício, isso ocorreu, majoritariamente, por conta da retração nos produtos têxteis (-55,3%) e na indústria de borracha (-42,4%), seguido por produtos florestais (-11%) e por biocombustíveis (-9,5%).
Apesar da variação negativa na área de alimentos e bebidas, houve crescimento na produção de alimentos (2,9%), com destaque para alimentos de origem vegetal (16,5%). Por outro lado, o setor de bebidas sofreu com a queda tanto de bebidas não-alcoólicas (-26,3%), quanto para as alcoólicas (-8,3%). Os produtos de origem animal também apresentaram retração (-9,8%).
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Para os pesquisadores da FGV Agro, embora a contração acumulada pela agroindústria em 2020 seja expressiva – de 6,9% entre janeiro e maio -, o número é bem menor do que outros setores da cadeia produtiva, como a indústria geral (-11,2%) e a indústria de transformação (-12,3%).
“De modo geral, a agroindústria, apesar de não estar passando ilesa pela crise, na média, tem conseguido ser impactada de forma menos intensa que os demais segmentos industriais. Isso se deve, sobretudo, à maior essencialidade dos produtos da agroindústria (principalmente produtos alimentícios) em comparação aos demais tipos de bens industriais”, conclui a instituição.
Source: Rural