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Efeitos do cliuma sobre a produtividade da soja foi um dos fatores considerados pela CNA para reviosar suas projeções para o crescimento da agropecuária neste ano (Foto: Eduardo Monteiro/Divulgação)

 

A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) revisou sua estimativa de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária em 2020 de alta entre 3,5% e 4% para avanço de 2,5%, segundo o coordenador do Núcleo Econômico da Confederação, Renato Conchon. "A revisão deve-se aos efeitos climáticos adversos que prejudicaram a produtividade de soja, milho e milho safrinha e aos impactos do novo coronavírus na cadeia agropecuária, com as medidas de isolamento social adotadas para controle da doença", afirmou Conchon ao Broadcast Agro.

Para o PIB geral do País, a CNA espera recuo de 5,8% no ano, com viés de baixa. Se confirmadas as projeções, a participação do agronegócio no PIB nacional deve passar de 21,4% em 2019 para 23,6% ao fim deste ano, estima a CNA. Na análise de Conchon, mesmo que apresente maior resiliência na comparação com outros setores, a agropecuária não deve passar ilesa dos reflexos econômicos da covid-19. "O setor, geralmente, apresenta efeito retardados da crise. Agora, estamos acompanhando com preocupação o preparo da safra 2020/21", considerou o coordenador.

Ele explicou que o receio do setor é principalmente com os produtores que ainda não adquiriram pacote tecnológico para a próxima safra. "Quem adquiriu em janeiro, comprou os insumos com dólar em R$ 4,40. Agora, o dólar está no patamar de R$ 5,40, o que vai corroer a rentabilidade do produtor e fazer com que opte por um pacote tecnológico menor", explicou Conchon.

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Isso pode se refletir na produtividade da safra e, consequentemente, na produção agropecuária geral.Quanto ao primeiro trimestre deste ano, a CNA avalia o desempenho da agropecuária como "satisfatório". Os destaques positivos, considera Conchon, foram o aumento de produtividade na soja e no arroz, enquanto a queda no rendimento do milho pesou sobre o resultado. Já a pecuária não contribuiu para o crescimento, analisa o coordenador.

"O desempenho da pecuária veio abaixo do que estava sendo observado, em virtude da sazonalidade do consumo, da menor importação da China no início do ano e do impacto do fechamento de restaurantes na cadeia de pescados", aponta.

Para o segundo trimestre deste ano, a CNA espera ver a continuidade do crescimento do PIB agro, puxado pela postergação da safra de milho, pela colheita de cana, café e citros. "O setor sucroenergético está sofrendo em rentabilidade, com queda no consumo do etanol e recuo dos preços internacionais do adoçante, mas a produção do segundo trimestre deve ser firme e até melhor que a contribuição dada pela agropecuária em igual período do ano passado", pondera Conchon.
Source: Rural

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